terça-feira, 23 de junho de 2009

Love Will Tear Us Apart

A tradução dessa frase é: O Amor Vai Nos Destruir e é a inscrição da lápide de um dos maiores poetas do rock. Ele é Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division.

Bernard Sumner, Peter Hook e Terry Mason queriam criar uma banda de rock. Colocaram um anúncio que foi respondido por Ian. Surge aí Warsaw, nome que mais tarde, foi modificado para Joy Division, sugestão de Curtis, que havia lido o livro The House Of Dolls, que narra as perversidades nazistas nos campos de concentração. Joy Division, divisões do prazer, eram os alojamentos em que as judias eram estupradas.


Ian vivia na cidade industrial de Machester, na Inglaterra e sob influência do punk, da austeridade da Alemanha da década de 1940, Iggy Pop, Sex Pistols, David Bowie e mais um punhado de personagens e fatos recorrentes da época, além da epilepsia, sua companheira de vida e de morte, criou clássicos como Shadowplay e Love Will Tear Us Apart.


A banda logo fez sucesso com suas músicas que falam de sentimentos profundos, tristes. Nos shows a performance de Ian enlouquecia o público, que muitas vezes não sabia se ele estava dançando ou tendo ataques epilépticos. Muitas vezes eram as duas coisas, e Ian tinha de ser socorrido ali mesmo no palco.


Depois de lançar dois álbuns e fazer diversos shows pela Europa, além de ter apresentações marcadas nos Estados Unidos, Curtis estava cansado. Um casamento conturbado, a doença cada vez mais recorrente, além da extrema sensibilidade fez com que Ian, cometesse, aos 23 anos de idade, suicídio, enforcando-se no varal de sua casa. No bilhete a confissão: “Neste exato momento, eu queria estar morto. Eu simplesmente não agüento mais”.


Em 2007 saiu uma cinebiografia de Ian, chamada Control e aclamada pela crítica. Esse filme mostra a criação da banda, o casamento, o sucesso, a depressão, o relacionamento extra conjugal com Annik Honoré e o fim da sua vida.




Ian e o Joy Division influenciaram toda uma geração de músicos e pessoas de um modo geral que vieram depois. Sentimentos depressivos, angústia e desespero, marcas registradas dele, podem ser encontrados na obra de diversos artistas. Os membros remanescentes continuaram a tocar, porém com outro nome, cumprindo-se assim o pacto de que o Joy Division não continuaria sem um dos componentes. Hoje a banda chama-se New Order, e é claro, possui muito de Curtis impresso em suas letras e melodias.


A inscrição da contra capa do primeiro LP da banda, Unknown Pleasures, serve para definir Ian: "Isto não é um conceito, é um enigma".

sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Because you're mine I walk the line"

“Eu não vou cantar até ela dizer que ‘sim’”. Foi assim, em cima de um palco e em frente a uma platéia cheia de fãs, no Canadá, em 1968, que Johnny Cash conseguiu que a difícil June Carter, sua paixão desde que era criança, aceitasse finalmente seu pedido de casamento.
Os dois se conheciam há anos. June Carter, da tradicional família de músicos folk, era artista desde criancinha, e foi ouvindo sua voz no rádio, que Johnny Cash, na época também criança, se apaixonou.
Mas o caminho dos dois só se cruzou muito tempo depois, em 1955, durante um show. E desde então esse caminho permaneceu cruzado a vida inteira. Johnny Cash, o “homem de preto”, como era conhecido, se tornou artista famoso, depois que um produtor pediu a ele para abrir mão de tentar fazer sucesso com música gospel (que era o que ele queria) e “fazer algo que ele pudesse vender”, e June Carter que sempre fora famosa, passou a fazer turnês com ele.
Mas Cash era casado e tinha 4 filhas. June era divorciada e tinha 2. Mesmo assim, a paixão foi inevitável. Cash já não voltava para casa com muita freqüência e June estava sempre lá ao lado. Ela estava lá quando ele se viciou em anfetamina. Quando ele se separou. Quando ele tentou se reaproximar dos pais. Quando ele gritava pelo irmão perdido. June deu a Cash o apoio que ele precisava. Ela sempre foi, assim como ele disse no momento do pedido de casamento que ela finalmente aceitou, sua melhor amiga.
Johnny e June foram casados por 35 anos. Tiveram apenas um filho, o único homem de toda a família que constituíram. Separados eram incríveis. Juntos eram fenomenais. O casal venceu inúmeros Grammys, compôs inúmeros sucessos, e virou referência de história de superação. Os dois foram antes de tudo, companheiros. A única vez que se separaram depois de casados foi em 2003, quando a grande mulher “por trás” do grande homem, morreu aos 73 anos de idade, devido a complicações depois de uma cirurgia do coração. Johnny, que nunca conseguiu passar muito tempo longe de June, a seguiu 4 meses depois, devido a diabetes. A exemplo do lugar que sempre ocuparam na vida do outro, hoje eles ainda se encontram lado a lado. E assim ficarão, por toda a eternidade.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Código Brown

Ele teve quatro livros simultaneamente na lista dos mais vendidos do The New York Times. Dois de seus livros já viraram filmes e os seus outros já estão na fila para Hollywood.

Dan Brown pode se considerar um escritor de muito sucesso, afinal, não é todo dia que um livro consegue atrair a fúria de religiosos, intelectuais e criar fãs em todo o mundo.

Sua fórmula de sucesso baseia-se na idéia de colocar numa mesma história seitas secretas, instituições conhecidas, mortes, romance e muito mistério. Em O Código daVinci, Brown afirma que Jesus e Maria Madalena tiveram um relacionamento e geraram uma filha. Uma afirmação que causou enorme polêmica, principalmente por no início do livro haver uma afirmação de que todos as histórias relatadas são reais. Uma bela sacada publicitária, que fez com que muitos leitores menos céticos, realmente acreditassem que estavam diante do maior segredo da humanidade e que fez com que seus críticos lançassem dezenas de títulos como "Decifrando o Código daVinci", "Revelando o Código daVinci", em que dizem o que é verdade e o que é ficção no enredo de Brown. A melhor parte de toda essa confusão foi que editoras e livrarias faturaram muito dinheiro com essa febre.



Em uma comunidade no orkut, leitores debatem apaixonadamente a adaptação de seus livros para o cinema, a veracidade de suas informações e a qualidade de sua escrita. Ora, que Dan Brown tem talento para escrever de forma interessante e simples suas histórias não é nenhuma novidade, a questão é: escrever de forma que qualquer pessoa possa ler é ser um escritor de qualidade ou não? Estou convencida de que muitas das críticas que ele recebe se devem mais ao despeito do que à falta de talento dele, pois suas histórias prendem realmente o leitor até a última página, mesmo sendo óbvio o que vai acontecer.

A adaptação cinematográfica de Anjos e Demônios (veja trailer) estreou no Brasil em 15 de junho e já recebeu um boicote da Igreja Católica. Um novo livro dele está para sair no fim desse ano, chama-se The Lost Symbol e promete fazer tanto sucesso quanto seus antecessores. É aguardar para ver no calo de quem Brown vai pisar dessa vez.

sábado, 23 de maio de 2009

O dono do castelo



O sobrenome dele é um dos mais famosos do mundo. Ele é o maior ganhador de Oscars de toda a história. E o mundo que ele criou é o destino preferido não só das debutantes, mas de qualquer um que quer ver sonhos que se realizaram. Mas além do nome que se desenha em volta do castelo antes de começar um filme que certamente vai virar um inesquecível clássico, o que sabemos sobre Walt Disney?

O criador do Mickey, antes de considerar a ensolarada Califórnia sua casa e lá montar o seu mundo, pertenceu a cidade dos ventos, Chicago, onde nasceu, em 1901. Criado em uma fazenda próxima a Missouri, o garoto se interessou por desenhos e fotografia logo cedo, e vendia seus trabalhos para vizinhos. Além de colaborar com o jornal da escola, a noite ele frequentava uma academia de artes. Walt deu a sorte de descobrir logo cedo o que queria fazer pelo resto da vida.

Mas como todo adolescente, o talentoso Walt não escapou de duvidar do próprio destino, então se alistou no exército. Mas como tinha apenas 16 anos, não pode servir. Não satisfeito, ele se juntou a Cruz Vermelha, onde ficou por um ano, dirigindo uma ambulância coberta não com a típica camuflagem, mas com desenhos feitos por ele.

Ao voltar para casa, continuou criando seus desenhos e se matriculou em outra escola de artes. Depois de um tempo a deixou novamente, rumo a Hollywood, de onde depois, na verdade, nunca saiu. Com 40 dólares no bolso, seus desenhos, e uma coleção completa de animações, ele encontrou o irmão Roy, que já havia conquistado a simpatia californiana e 250 dólares. Os dois Disney conseguiram empréstimo de mais 500 e construíram uma espécie de produtora na garagem do tio. Foi então que Walt entrou em contato com uma distribuidora que aceitou a oferta e passou a pagar 1500 dólares por cada filme.

Os irmãos Disney, então, conseguiram fazer a primeira série, Alice, e logo depois veio Oswald, para concorrer com o gato Félix. Entre uma animação e outra, Walt se apaixonou por uma de suas funcionárias, Lilian Bounds, com quem casou e teve 2 filhas.

Mas o mundo de Disney ainda não era tão maravilhoso, e Walt foi pego de surpresa quando seu patrão roubou seus personagens, sua equipe e suas encomendas, porque não estavam assinadas com o nome que desde então passou a estar em cada desenho e novo projeto que Disney criava.
O susto que levou acabou dando a ele a inspiração necessária para criar o até hoje mais famoso personagem da Disney, o ratinho Mickey, criado em 1928, e considerado pelo próprio Walt, antes mesmo dele estar pronto, de “espetacular”.

Então ele ganhou o primeiro dos muitos Oscars que ainda ganharia. Criou, contra a vontade de sua equipe, Branca de Neve e os Sete Anões. Depois do sucesso do primeiro longa animado musical, lançou outros clássicos, agora com total apoio da equipe.

Com a Segunda Guerra Mundial, o Walt que já tinha sonhado em servir, teve sua chance de colaborar. Foi convidado a produzir animações para treinamento de soldados e logo depois, as famosas propagandas militares exibidas antes dos filmes.

Mas em tempos de guerra, até mesmo o mundo dos sonhos é obrigado a acordar, e a empresa Disney ou lançava um sucesso, ou se via obrigada a fechar as portas. Foi então que uma certa Gata Borralheira salvou a Disney.

Walt seguiu criando filmes, desenhos, programas de tv, personagens inesquecíveis e acumulando Oscars.
Mas para o mestre de sonhador, faltava apenas um reino. Assim surgiu a Disneyland, em 1955. E depois, o Walt Disney World. Walt não viveu para ver, mas sua Disneyland também inspirou o surgimento do Magic Kingdom, Animal Kingdom e do Epcot Center.

Ao criar o maior parque temático do mundo, Disney tornou real parte dos seus inúmeros sonhos, e com seus personagens, encheu de luz a vida de muitas crianças.



Disney morreu em 1966, mas conseguiu atingir tudo o que almejara. Antes de partir, ainda se certificou de que novos talentos teriam a chance de brilhar como ele brilhou.

O homem que se achava apenas uma tênue luz no presente, acabou iluminando eternamente os caminhos de quem sonha. Aliás, foi ele quem nos ensinou que “sonhos existem para tornar-se realidade”. É, acho que agora, finalmente, ele dorme para descansar. Aprendemos a lição, mestre. Não deixaremos nunca de sonhar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

The Fresh Prince


Face de mil expressões. Will Smith é um dos poucos atores de Hollywood que conseguiu ser destaque em diversos gêneros no cinema. Um talento destes foi descoberto por acaso. Por um palpite do produtor musical Quincy Jones, que levou o jovem Willard Christopher Smith Jr para a TV.

Quincy Jones acompanhava a carreira musical do futuro astro do cinema. No começo, começou uma dupla de rap com Jazzy Jeff. Enquanto tentava crescer no ramo da música, o produtor viu algo cômico em Will, e o levou para a TV. Sua primeira experiência na telinha foi um sucesso. O seriado de “The Fresh Prince of Bel-Air”, produzido pela NBC, foi sucesso desde o ano da sua estreia, em 1990, até o final, em 1996.



A partir deste diferencial que Will começou a engrenar no cinema. Em 1995, Bad Boys saiu do gênero comédia e mostrou seu talento em filme de ação. Variando nestas duas divisões, sua primeira experiência no drama foi em 2001. Em Ali, interpretou o maior boxeador de todos os tempo, Muhammad Ali. Fato curioso foi a emoção de Willard em interpretar o esportista. Segundo ele, estar perto do ídolo era estar perto de Deus. Neste trabalho, recebeu a primeira indicação ao Oscar de melhor ator.



Depois deste trabalho, e da indicação ao Oscar, a procura pelo seu trabalho, e seu cachê, aumentaram bastante. A partir daí, somente sucessos de bilheteria foram estrelados por Will. Nos anos seguintes, foram lançados:

2002-Homens de Preto II; 2003- Bad Boys II; 2004- Eu, robô; 2005- Hitch- Conselheiro Amoroso; 2006- À procura da felicidade; 2007- Eu sou a lenda; 2008- Sete vidas

Como toda brilhante carreira, há também as fases complicadas. Em 1999, ao lado de Calvin Klein, estrelou um de seus piores filmes. As Loucas Aventuras de James West lhe rendeu duas indicações ao Framboesa de Ouro, premiação que elege os piores do ano.

Durante estes anos todos, Will nunca deixou sua paixão por música de lado. Diversos Cd’s foram lançados, porém, nunca fizeram o mesmo sucesso de seus filmes. Confira a discografia abaixo:

1997 - Big Willie Style 1999 - Willennium 2002 - Born to Reign 2002 - Greatest Hits 2005 - Lost & Found



Casado com a atriz Jada Pinkett Smith, Will possui dois filhos, Jaden Christopher Syre Smith e Willow Camille Reign Smith. Por conta da família, Will Smith seleciona demais os trabalhos para realizar, com média de um filme por ano. Para 2009, o ator ainda não fechou uma nova filmagem e os fãs esperam ansiosamente mais um trabalho do homem das mil faces.

sábado, 16 de maio de 2009

Boa voz, boa cabeça

O nome dele é Paul, mas praticamente ninguém o chama assim. O apelido que o tornou famoso no mundo todo é uma adaptação de um termo em latim e significa "boa voz". Estou falando, é claro, de Bono Vox, vocalista da banda U2.

O conjunto começou quando o baterista Larry Mullen Jr. colocou um anúncio procurando músicos para sua banda. The Edge, Adam Clayton e Bono responderam e logo eles estavam ensaiando. O único problema é que não havia um vocalista, e como Bono não podia carregar sempre sua guitarra para as reuniões, ele ficou encarregado dos vocais. Surgia assim uma das maiores bandas de rock da História.

Suas letras ora românticas, como na The sweetest thing - canção que fez para se desculpar por não estar com sua esposa no aniversário dela - ora contestadoras, como em Sunday Bloody Sunday - feita em protesto a uma rixa entre católicos e protestantes na Irlanda que culminou com um massacre -, conquistaram o público que lotaram e lotam estádios para assistir o quarteto. Cantando junto com o grupo, vemos gente de todas as idades. Até mesmo o Papa João Paulo II se rendeu ao talento da banda e ganhou uma apresentação especial e a Rainha Elizabeth II nomeou-o cavaleiro honorário em 2006.

Porém, Bono Vox não estava satisfeito apenas em cantar sua indignação com os rumos que a miséria e a violência estavam tomando. Ele se tornou um dos maiores ativistas dos Direitos Humanos e chegou a concorrer ao Prêmio Nobel da Paz por seus esforços humanitários.

Tudo isso, no entanto, quase o fez ser expulso do U2 em 2005, pois apesar dos outros integrantes apoiarem-no, as tensões estavam aumentando, pois consideravam suas atitudes um pouco exageradas.

E não é só internamente que ele recebe críticas por suas ações. Recentemente, um homem criou uma conta para que todos que quisessem que Bono Vox se limitasse a cantar depositassem suas contribuições e quando o cantor jogasse a toalha, o dinheiro seria entregue para uma causa humanitária. Há até agora pouco dinheiro na conta e Bono, é claro, não desistiu.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"I love you baby"

Do corte de cabelo a maneira como dirige seu carro, a personagem de Julia Stiles conseguiu achar 10 coisas para odiar nele, em um clássico dos filmes adolescentes. Mas é difícil achar uma coisa sequer para odiar em Heath Ledger. O ator de cabelos castanhos, sorriso aberto e encantador, e atuações memoráveis, deixa saudade. Saiu da festa cedo demais, quando ainda prometia muito. Aos 28 anos, foi encontrado morto em seu apartamento, deixando um filme em fase de gravação, uma das maiores bilheterias da história que ele nem pode ver o resultado final, uma filha com pouco menos de 3 anos na época, fãs desolados e muitos prêmios e elogios que ainda receberia por uma das mais brilhantes performances no papel do carismático vilão do Batman, o sempre inesquecível Coringa.

Fã de Bowie, Joplin, filmes em preto e branco, dias chuvosos e sushi, o garoto que recebeu seu nome em homenagem a um também inesquecível personagem de um clássico da literatura, o cruel e ao mesmo tempo apaixonado Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes, parecia predestinado a brilhar sempre como uma estrela jovem. Sua primeira experiência como ator foi em uma peça da escola sobre Peter Pan, aos 10 anos.

O australiano descobriu que era isso que queria fazer da vida, então aos 16, foi com o melhor amigo para Sidney, tentar se consolidar como ator. Voltou para casa depois e logo conseguiu seu primeiro papel na tv, como o ciclista gay em Sweat, de 1996. Então conseguiu o primeiro papel no cinema, no também australiano, Blackrock. Entre filmes e seriados, Ledger finalmente conseguiu ganhar os holofotes de Hollywood, quando estrelou a deliciosa comédia romântica, 10 coisas que eu odeio em você.

Daí em diante, ninguém jamais esqueceu o rostinho lindo que desceu as escadas cantando, e Ledger estrelou grandes sucessos, como Coração de Cavaleiro e O Patriota.
Em 2005, foi indicado a um merecido Oscar como ator, por seu trabalho em O Segredo de Brokeback Mountain. Não ganhou, mas provou mais uma vez ser um ator sério e muito competente.

Entre direção de videoclipes e um dos Bob Dylans de Não Estou Lá, Ledger conseguiu se superar. No papel de Coringa ele merecia não ser chamado de coadjuvante, mas sim de grande protagonista de um filme em que o vilão foi mil vezes mais interessante do que o heroi. Seu Coringa ganhou pôsters, camisetas, e a inesquecível frase “why so serious”. Infelizmente Ledger morreu sem poder ver seu maior sucesso. Mas não foi a morte dele que elevou O Cavaleiro das Trevas a categoria de bilheterias históricas. O talento de Ledger conseguiria esse feito mesmo com ele vivo.
Por seu brilhantismo tanto na tela quanto como pessoa, Heath Ledger ganhou inúmeras homenagens. O discreto ator, que tinha como roupa preferida jeans, jaqueta de couro e camiseta, ganhou o Globo de Ouro e o Oscar deste ano. Foi aplaudido de pé em ambas premiações. Mereceu cada um dos aplausos, não só pelo Coringa, mas por ter sido a pessoa que foi. Seu sorriso está marcado em nossa memória. Seus papéis nunca vamos esquecer.Jack Nicholson que me desculpe, mas sem Ledger, o palhaço da Piada Mortal parece sem graça. A música Can’t take my eyes off of you em outra voz não parece a mesma. O mundo sem Heath Ledger perdeu muito da sua graça.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A excessão



Polêmica. Assim se resume a carreira de um dos maiores rappers da atualidade no cenário mundial. Entre brigas familiares, de guangue e quebrando a barreira do preconceito, Eminem conseguiu o respeito da maioria dos outros artistas da área e obteve uma legião de milhões fãs após uma trajetória nada fácil.

Marshall Bruce Methers III nasceu em 17 de outubro de 1972. Com a infância difícil após ser abandonado por seu pai, aos dois anos de idade, o jovem sofreu com a depressão da mãe, Deborah Mathers-Briggs, que mais para frente seria um grande problema na sua vida.

Sem gostar de ficar em casa por conta do vício da mãe em remédios antidepressivos, Marshall vivia na rua rodeado pelos amigos e pelo tio Ronnie, que tinha a mesma idade. Ambos viveram nas ruas de Detroit e começaram a ensaiar as primeiras batidas no Rap. Com 14 anos, o jovem começou a entrar nas suas primeiras batalhas de rap.

Sua carreira profissional e seu relacionamento com Kimberly, motivo de grandes capítulos em sua vida, começaram ao mesmo tempo. Em 1989, Eminem disputou uma competição de duelos, no Hip Hop Show, e se saiu bem.

Passaram se os anos sem sucesso, Eminem foi revelado ao mundo apenas em 1997. Um ano após o nascimento de sua filha Hailie, fruto do relacionamento com Kimberly. Em dois dos maiores duelos de rap dos Estados Unidos, o Scribble Jam e o Rap Olimpycs. Porém, em ambas as competições, Eminem ficou em segundo, perdendo para Juice. Mesmo com a derrota, sua carreira se tornou profissional naquele instante. Dr. DRE, rapper já consagrado na época e dono da gravadora Aftermath, não pensou duas vezes e já assinou contrato com o promissor.

Em 1999, Eminem se consagra. Seu álbum Slim Shady LP fica semana na lista da Billboard e ainda se casou com Kimberly. Sempre com letras envolventes e que retratam os problemas de um cotidiano, diferentemente dos demais rappers, Marshall conseguiu quebrar a barreira do preconceito, já que é o único branco a fazer sucesso num estilo de raízes negras, e começou a conquistar seus primeiros fãs.

Com uma moral mais elevada, ele variava suas letras de acordo com seu humor. Em diversas delas, retratava o ódio pela mãe, motivo de dor de cabeça até hoje por conta de processos por parte dela alegando agressões, explicitamente mostrando no vídeo abaixo, onde chega a enterrá-la.



Em outras, a parte do pai entrava. Por várias oportunidades, Eminem homenageou sua filha. Nas três musicas feitas por ele, a que fez mais sucesso até hoje foi Mockingbird, lançada em 2004, no álbum Encore. Mas a última foi When I'm Gone.



E para descontrair e mostrar apenas o seu som de horas vagas, aquelas com milhões de sátiras. Além de realizar algo cômico, o rapper não perdia a oportunidade de alfinetar seus desafetos, tanto na famosa guerra dos rappers, na discussão pública com o artista de música eletrônica, Moby, até o caso de pedofilia de Michael Jackson.



No dia 19 de maio deste ano, Eminem vai lançar seu novo CD. Com o nome de Relapse, conteúdo total do trabalho não foi divulgado. Apenas o primeiro hit, chamado de We made you foi divulgado em seu site oficial e novas celebridades de Hollywood foram vitimadas pelo polêmico astro do Rap.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A mulher dentro do vestido

“Não perca tempo batendo em uma parede, esperando que ela se transforme em uma porta”. Essa frase define muito bem a mulher forte que foi e é Coco Chanel. Ainda é, porque apesar de ter morrido há 38 anos, ela continua presente no estilo que caracteriza sua marca, Chanel, um verdadeiro espelho da personalidade de sua criadora.

Apesar de seu nome estar sempre associado ao glamour, sua vida começou muito longe dos brilhos e holofotes. Coco nasceu Gabrielle, e logo cedo ficou órfã de mãe. Seu pai, caixeiro-viajante, não podia tomar conta de suas três meninas, então as mandou para um colégio interno.

Adulta, começou sua carreira de estilista com uma loja de chapéus em Paris, apoiada financeiramente por um de seus amores, Arthur Boyle. Ele abriu as portas da alta-sociedade para Coco, mas foi seu talento e visionarismo que conquistaram as senhoras da época. Logo abriu outras casas de moda, comercializando também roupas esportivas, de montaria, de praia.

Paris, Hollywood e o mundo renderam-se às suas criações, como por exemplo, as calças femininas. Foi Chanel quem modificou o estilo de vestir da mulher do começo do século XX, tornando a moda muito mais leve e prática. Para ela, as roupas deveriam evidenciar a mulher que as vestisse, fazendo com que o luxo estivesse justamente em sua simplicidade.

Seu maior sucesso, no entanto, foi um perfume. Não um perfume qualquer, mas sim o Chanel nº 5. Essa é a fragrância mais vendida em todo o mundo, e foi encomendada por ela como "um perfume de mulher, com cheiro de mulher". Um frasco do nº 5 faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York. Não é para qualquer um. Como também não é para qualquer um estar na lista das 100 pessoas mais influentes do século da revista Time.

Porém durante a Segunda Guerra, Chanel caiu em um ostracismo depois de se envolver com um oficial alemão. Só nos anos 50 ela voltou a circular na alta sociedade, e nunca mais saiu de lá, seja como personagem das colunas sociais, seja vestindo as grandes mulheres. E agora Chanel é novamente chamada para a frente dos holofotes, através do filme "Coco Avant Chanel", estrelado por Audrey Tautou, que estreou na França em 22 de abril, e "Coco Chanel & Igor Stravinsky", ainda em produção.

Assista o trailer de Coco Avant Chanel (em francês):


A definição que Coco dava para suas criações se aplica com excelência também à sua pessoa: "Chanel é antes de tudo um estilo. A moda muda. O estilo permanece".

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O calçado da fama




Desde que calçou seus pares de Manolo Blahnik, Sarah Jessica Parker se tornou ícone fashion e heroína de uma geração de mulheres de 20 a 30 e poucos anos, que viram em sua personagem mais famosa tudo o que queriam ser.

Sarah foi Carrie Bradshaw na renomada série Sex and the City, por 6 anos. E enquanto desfilava nas telas sapatos desejáveis, roupas de grifes, misturava estilos com ousadia, e discutia preferências amorosas em pleno café-da-manhã com as amigas, a atriz por trás de Carrie estampava capas de revistas de moda e ganhava prêmios. Ao receber seu primeiro Globo de Ouro por melhor atriz de série cômica, em 2000, Sarah agradece dizendo que nunca havia ganho nada antes, e que não é uma ganhadora.


A verdade que parece tão improvável nesse discurso, diz respeito a infância de Sarah. Ela nem sempre teve a sorte de usar roupas tiradas dos editoriais de moda da revista Vogue. Na verdade, moda era a última coisa que passava pela cabeça da menina que ajudava a sustentar sua família. Quando os pais se separaram e a mãe casou novamente, Sarah, que já tinha 4 irmãos, ganhou mais 4, e a situação ficou difícil. Mas mesmo com o desafio financeiro, a mãe de Sarah, Barbara, matriculou os filhos em aulas de ballet, música e teatro.

E graças a essa atitude de Barbara, que Sarah ganhou seu primeiro papel de protagonista em um espetáculo da Broadway, na peça sobre a menina orfã Annie.



Depois do sucesso de sua Annie, Sarah ganhou papéis importantes em filmes como Footlose e Garotas só querem se divertir.
Então, finalmente em 1998, Sarah é convidada pelo produtor Darren Star a estrelar uma das séries de maior audiência e repercussão da história da tv. A partir daí, passa a ser impossível desvincular a imagem de Sarah, da de sua personagem Carrie.

Mas diferente de sua personagem, a atriz tem uma vida amorosa bem equilibrada. Depois de namorar astros como Nicolas Cage e Robert Downey Jr, ela hoje é casada há 12 anos com o também ator, Matthew Broderick, com quem tem um filho. Além disso, Sarah não costuma ser vista nas inaugurações de todos os bares e restaurantes badalados da cidade. Sarah é bem discreta e não gosta de chamar a atenção.

Da personagem descolada que interpretou por tantos anos, Sarah tem apenas os cachos loiros e a paixão por moda e principalmente por calçados Manolo Blahnik.
A mulher que disse não ser uma ganhadora, ganhou mais 3 Globos de Ouro pelo mesmo papel, e também um Emmy, o prêmio mais importante de seriados, no ano em que a série acabou. E Sex and the City- O Filme, bateu recordes de bilheteria, e já é esperada a continuação.

Sarah Jessica Parker lançou uma linha de perfumes, sua própria marca de roupas, é membro do Comitê Político das Mulheres de Hollywood e embaixadora da UNICEF. Ao interpretar uma mulher fabulosa, acabou tirando os holofotes de uma mais incrível ainda.
Todos esses anos assistindo a série, nos enganamos. Não era Carrie que queríamos ser. Era a própria Sarah.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

CACILDS!



Antônio Carlos Bernardes Gomes. Quem não conhece? Figura carismática que marca até hoje. Poucas pessoas o conhecem por este nome. Mas uma pequena palavra já mata a charada. Cacilds! Pois é, este é o verdadeiro nome de Mussum. Pagodeiro, que depois virou comediante e teve seu auge quando integrou Os Trapalhões, ao lado de Didi, Dedé e Zacarias.

Nascido em 7 de abril de 1941, no Morro da Mangueira (Rio de Janeiro), teve uma infância difícil na Cidade Maravilhosa. Em sua formação, Mussum passou nove anos em um colégio interno e conseguiu um diploma em mecânica. Maior de idade, ingressou no exército e seguiu a vida militar por oito anos.

Após sua passagem pelo exército, Mussum começou sua caminhada rumo ao estrelato. Em 1969, após grande amizade com Dedé Santana, foi apresentado a Chico Anysio. Na época, Chico gravava a Escolinha do Professor Raimundo e o convidou para participar. Fato curioso foi a recusa. E o motivo foi explicado pelo próprio, com seu estilo irreverente: “artistis de tevê tinha que pintar a cara e isso não era coisa de homem”.

Porém, o sonho não acabou por aí, e Chico insistiu para Mussum ingressar na carreira artística. Dedé, com um projeto paralelo o convidou para integrar Os Trapalhões. Aí o sucesso virou astronômico. Mas antes de relatar a carreira brilhante, Antônio Carlos Bernardes nunca escondeu sua paixão pela música e teve um projeto paralelo com outros companheiros formando o conjunto Originais do Samba.

Voltando à carreira que o deixou conhecido no meio de todos, Mussum começou a se destacar em meio aos trapalhões. No começo Didi era o líder, acompanhado por Dedé, e depois apareciam Mussum e Zacarias. Com o passar do tempo, os menos importantes começaram a se destacar e ganharam um maior espaço nos programas exibidos pela Rede Globo, com quadros individuais.

Até a renda conquistada pelo grupo começou a ser repartida igual após um desentendimento entre os integrantes do grupo.


Mussum No Ponto De ônibus - The best video clips are here

Depois, da telinha, os Trapalhões começaram a ganhar espaço dentro dos cinemas e uma porrada de filmes foram lançados. Confira a filmografia abaixo:

Em 1979: "O Rei e os Trapalhões"; "O Cinderelo Trapalhão".
Em 1980 fez: "Os Três Mosqueteiros Trapalhões"; "O Incrível Mestre Trapalhão".
Em 1981: "Os Saltimbancos Trapalhões".
Em 1982, fez: "Os Vagabundos Trabalhões"; "Os Trapalhões na Serra Pelada".
Em 1983 fez: "O Cangaceiro Trapalhão"; "Atrapalhando a Suate".
Em 1984 fez: "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz"; "A Filha dos Trapalhões".
Em 1985: "Os Trapalhões no Reino da Fantasia".
Em 1986 fez: "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" e "Os Trabalhões e o Reino do Futebol".
Em 1987 fez: "Os Trapalhões no Auto da Comparecida" e "Os Fantasmas Trapalhões".
Em 1988 fez: "Os Heróis Trapalhões - "Uma Aventura na Selva" e ""O Casamento dos Trapalhões"; "A Princesa Xuxa e os Trapalhões".
Em 1990 fez: "Uma Escola Atrapalhada" e "O Mistério de Robin Hood".
Em 1991 fez: "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude"

No decorrer do auge que não parecia ter fim, uma fatalidade atingiu a todos. No dia 29 de julho de 1994, Mussum faleceu após ter uma série de complicações devido a um transplante de coração realizado dias antes de sua morte. Porém, sua vida foi tão marcante que ainda é presente no nosso cotidiano. Quem nunca viu um filme de Mussum, uma camiseta dele na rua, ou melhor... quem nunca gritou um “CACILDS”. Marca registrada do saudoso.

sábado, 11 de abril de 2009

A comédia da vida privada de Verissimo

A promissora carreira de Luis Fernando Verissimo começou quando ele, sua irmã e um primo escreveram um jornal sobre as notícias da família que ficava pendurado no banheiro de casa. Ele já possuia a veia cômica que iria marcar toda a sua produção, até mesmo em seu trabalho como músico no "Renato e seu sexteto", conhecido pelo apelido de "maior sexteto do mundo", já que tinha nove integrantes.

Ele é filho do também escritor Érico Verissimo e sempre teve muitos livros em casa para se inspirar. Ainda criança, Verissimo sentiu a experiência de viver em outro país, quando seu pai foi dar aulas em Berkeley e ser diretor cultural da União Pan-americana em Washington, ambos nos Estados Unidos.

Luis Fernando quase estudou arquitetura: "Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas". Trabalhou no departamento de arte da Editora Globo, foi tradutor e redator publicitário, revisor de texto e finalmente colunista.

Suas crônicas possuem um humor inteligente e crítico, e não há quem não goste de pelo menos uma de suas histórias do cotidiano. Muitas vezes, elas beiram à loucura em situações impossíveis, mas ainda assim, os leitores sentem que aquilo é tão real quanto qualquer coisa que Luis Fernando escreva, pois do jeito que são narradas, as histórias bem que poderiam acontecer. Quem nunca recebeu, leu e se divertiu com uma crônica dele, que atire a primeira pedra.

Ele já publicou dezenas de livros desde romances, poemas e crônicas e participou da criação de quadros para o programa "Planeta dos Homens" e "Comédias da vida privada", inspirada em um de seus livros. Criou personagens memoráveis como os dois típicos machões, o detetive Ed Mort e o Analista de Bagé, gaúcho legítimo e terapeuta freudiano.

Além disso, Verissimo publica também tirinhas da Família Brasil e As cobras, “tenho um problema curioso para um desenhista. Não sei desenhar. Isto não me impede de insistir com o desenho, apesar dos conselhos de amigos, das indiretas da família e de telefonemas ameaçadores. Insisto, em primeiro lugar, por conveniência. Não digo que uma imagem valha mil palavras, mas umas 500 - o necessário para encher uma coluna de jornal - vale. Qualquer cronista diário daria a sua mão direita para poder desenhar em vez de escrever, de vez em quando, se fosse canhoto".

Tímido, não gosta, mas merece os aplausos de seu público.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano



Há 15 anos, o mundo chorou a morte de um dos maiores músicos que já pode ter. Kurt Cobain foi encontrado morto na estufa de sua casa, no dia 8 de abril de 1994, mas teria se matado três dias antes.

O vocalista, guitarrista e compositor do Nirvana sempre teve uma vida conturbada. O divórcio dos pais, quando ele tinha apenas 9 anos, deu a Kurt a sensação que o acompanhou pelo resto da vida, a insegurança. O menino se tornou muito tímido e no revezamento que fazia entre as casas dos pais, acabava por vezes indo morar com amigos e outros parentes, e nos momentos de maior rebeldia, passava as noites em hospitais, fingindo ser parente de algum paciente.

Kurt não ligava muito para esportes. Seu maior interesse era nas artes em geral, então era comum encontrá-lo ouvindo músicas em seu quarto e durante as aulas desenhando de cartuns a sua própria pornografia.


Mas foi aos 14 anos, quando preferiu sua primeira guitarra a uma bicicleta, que Kurt escolheu quem queria ser. Largou a escola alguns anos mais tarde, porque percebeu que não tinha notas altas o suficiente para a graduação, mas não sem antes encontrar alguém que tocasse de forma tão espontânea quanto ele. Krist Novoselic passou a ser o parceiro e grande amigo de Kurt na busca pela banda que mudou tanto de nome quanto de baterista, até finalmente chegar no Nirvana (em 1988) com Dave Grohl (em 1990).

A banda, que já tinha lançado seu primeiro disco, o Bleach (1988), se envolveu no lançamento do segundo, a obra-prima Nevermind, de 1992, considerado um dos mais influentes da história do rock, e responsável por transformar o Nirvana no fenômeno como é conhecido até hoje.
Os garotos de Seattle, que usavam cabelo comprido e camisa de flanela, deram ao rock que antes predominava como glam metal, o mesmo estilo de suas roupas: mais pesado, com um ar de sujo, alternativo, que ficou conhecido como grunge.

E o seu fundador, que cresceu ouvindo bandas como Beatles, Kiss, Melvins, Aerosmith e AC/DC, dominado pela insegurança que sempre o assombrou, não acreditava no próprio talento. Na letra de uma das músicas que se tornou hino de uma geração considerada perdida, Smells Like Teen Spirit, Kurt diz que é o pior no que faz de melhor. Mentira.




Mas assim como o vocalista de uma das bandas que admirava, Kurt conheceu sua Yoko Ono, Courtney Love, vocalista da banda Hole, em 1991, e ele se dizia tão apaixonado que só não largava a banda porque tinha um contrato.

Então, apenas um ano após se conhecerem, Courtney descobriu que estava grávida, e a fim de dar a filha a estabilidade que não pode ter quando criança, Kurt e Courtney resolveram se casar, e no final de 1992, nasceu Frances Bean Cobain.


Apaixonado pela filha, Kurt disse que segurá-la era a droga mais potente que existia. Infelizmente só essa “droga” não bastou para ele. Nos últimos anos de sua vida, Kurt se tornou excessivamente dependente de heroína e se aproximou da morte várias vezes, sempre deixando uma carta de despedida, e escapando dela por muito pouco.


Mas em 5 de abril de 1994, não houve salvação. Kurt havia sumido após sair de uma clínica em Los Angeles, e foi encontrado na mansão Cobain, 3 dias depois, por um eletricista que tinha ido instalar um novo sistema de segurança.



“Melhor queimar de uma vez do que ir queimando aos poucos”, diz Kurt em uma das últimas frases de sua carta de suicídio, deixada para o amigo imaginário que tinha na infância, Boddah. Mas para os fãs e para todo o mundo da música e do rock ‘n roll, Kurt Cobain é uma fogueira que continua a nos confortar e não vai apagar nunca.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A luta pela honra


Aos 28 anos de idade Mukhtaran Bibi descobriu o quão cruel é o mundo machista em que vive.

Ela foi estuprada por quatro homens como punição por uma acusação sofrida por seu irmão de 12 anos. Numa terra em que disputas são resolvidas por conselhos tribais, os clãs mais poderosos são quem detém o monopólio das decisões, e as mulheres são usadas como moeda de troca de ofensas.

As mulheres que sofrem esse tipo de violência normalmente cometem o suicídio, e Mukhtaran Bibi realmente pensou nisso. Mas depois, encontrou forças para lutar contra seus agressores, mesmo sendo pobre e analfabeta. Ela contou com o apoio de sua família, uma coisa rara em uma situação como essa no Paquistão, e ainda teve a sorte de um jornal contar sua história, que logo se espalhou por jornais de vários países pressionando, assim, a Justiça paquistanesa a tomar uma atitude. No entanto, em segunda instância, dos 14 homens que foram processados (quatro estupradores e dez testemunhas que se omitiram), cinco foram absolvidos e Mukhtaran recorreu.

Ela mudou de nome e tornou-se Mukhtar Mai, "grande irmã respeitada", e com o dinheiro da indenização recebida, construiu uma escola para meninas no seu vilarejo. Mukhtar resolveu combater a violência contra as mulheres através da educação.

Seu caso tornou-se mais famoso ainda com a publicação de seu relato no livro "Desonrada", escrito com a colaboração da jornalista francesa Marie-Thérèse Cuny, onde conta sobre a decisão do júri, a violência que sofreu, e a sua luta por Justiça. Relata também uma outra violência sofrida por ela, bem mais sutil, no entanto tão ou mais ofensiva. Depois de ser considerada um símbolo da luta dos direitos das mulheres, Mukhtar Mai foi impedida de falar na ONU, pois o primeiro-ministro do Paquistão também discursaria, e isso poderia tornar-se uma saia-justa para ele e fazer com que a imagem do país fosse manchada. Ela foi mantida incomunicável no Paquistão, para que os jornais e ativistas não pudessem mostrar seu descontentamento com isso. Isso mostra que questões políticas em instituições consideradas avançadas podem ser tão nocivas quanto um arcaico sistema tribal que já havia vitimado essa mulher.

Além de livro, em 2006 sua história tornou-se um documentário dirigido por Mohammed Naqvi, chamado "Shame", e logo inspirará um longa ficcional dirigido por Katia Lund, que co-dirigiu Cidade de Deus. Assista o trailler (em inglês) de "Shame".



Apesar de tudo, Mukhtar Mai continua firme na luta por sua dignidade. Sua vingança contra os agressores a fizeram ajudar milhares de outras mulheres que também sofreram e sofrem com o femicídio e a procuram para buscar ajuda: "Algumas mulheres me disseram que se fossem espancadas pelos maridos não exitariam em ameaçá-los: 'Cuidado, vou me queixar a Mukhtar Mai!'. Era um gracejo. Mas a realidade é que estamos o tempo todo no limite do trágico".

Ela tornou-se um ponto de luz em uma noite escura demais.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O casal das 8

Pense em um casal bem-sucedido, que trabalhe junto, faça sucesso e ainda tenha tempo de cuidar de uma família de 3 filhos.

A imagem que veio a sua cabeça por acaso tem de fundo pessoas trabalhando, computadores e um JN escrito na lateral?


Sim, William Bonner e Fátima Bernardes são a personificação dessa descrição.
Apresentadores do jornal de maior audiência da tv nacional (o Jornal Nacional, da Rede Globo) há 11 anos e casados há 20, é impossível imaginar um sem o outro.

Mas o primeiro parágrafo dessa história começou em Estados diferentes, quando os dois decidiram que queriam estudar Comunicação. Ela no Rio de Janeiro, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele na USP (Universidade de São Paulo). Ela que queria ser crítica de dança. Ele que queria ser publicitário.

Ela que começou a carreira em 1984. Ele em 1983. Ela como freelancer do jornal O Globo. Ele como redator e depois locutor da Rádio USP.
Ela foi sempre da Globo. Ele foi antes da TV Bandeirantes.
Ela entrou na emissora através de um curso de telejornalismo. Ele foi convidado.

Os dois começaram no mesmo tipo de programa. Os dois no jornal local de seus Estados.
Os dois passaram pelo Fantástico e pelo Jornal Hoje. Mas foi no Jornal da Globo, em 1989, que as vidas do paulista e da carioca finalmente se cruzaram.

Namoraram só 3 meses. Tiveram filhos só depois de 7 anos. São casados há duas décadas. Ocupam a bancada (e também os bastidores) do Jornal Nacional há 11 anos.

William e Fátima passam 24 horas por dia juntos. Acordam, tomam o café da manhã em família, levam as crianças para a escola, e depois seguem para a empresa. Lá, sentam um ao lado do outro na mesa para criar o jornal que mais tarde apresentarão, também lado a lado. Voltam para casa, onde os trigêmeos esperam dormindo, depois de ter desligado a tv as 8 e meia da noite e lido um livro até as 9.

Os dois não são um casal convencional. Casaram cedo demais. Esperaram muito para ter filhos. Passam tempo demais juntos. Mas a verdade é que se tratando de William Bonner e Fátima Bernardes, nada disso importa.

O casal mais visto da tv, consegue ser um dos melhores no que faz e ainda concilia isso com uma vida familiar bem estruturada. “Achamos um equilíbrio. E é adorável viver com quem se está casado quando se está casado com a Fátima”, diz Bonner, afirmando não ter problemas em trabalhar com a esposa.

24 horas por dia juntos. 20 anos de casamento. 3 filhos. Cargos invejáveis e muitos prêmios. William e Fátima seguem apaixonados.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O que anda para trás e muda de cor?



Esta piadinha já mostra um pouco da grande história polêmica de Michael Jackson. Uma carreira de altos e baixos. Desde astro mirim até fortes acusações de pedofilia. Porém, problemas não tiram o rótulo de Rei do Pop.

Nascido na década de 60, o pequeno Michael, com apenas cinco anos, ingressou na carreira artística. Seu pai, Joseph Jackson, juntou seus filhos e formou a banda Jackson Five. O astro deste primeiro parágrafo era o foco das atenções, o vocalista, enquanto seus irmãos eram os coadjuvantes.

Desde essa época o psicológico de Michael Jackson foi afetado. Rumores divulgados na imprensa e relatos do próprio revelavam maus tratos cometidos pelo pai, que sempre demonstrou adoração pelo dinheiro e enxergava em seus meninos uma fonte interminável de renda.

Os anos se passaram e Michael cresceu. Seu sucesso também. Com sua saída da banda, o astro pop lançou seu primeiro disco solo em 1978, chamado Of the Wall. Porém, quatro anos depois, o álbum que o consagrou como o Rei do Pop. Thriller foi considerado um dos melhores de todos os tempos, um dos mais vendidos também e foi vencedor de oito prêmios Grammy. Um fenômeno produzido com a ajuda do famoso produtor Quincy Jones, o mesmo que revelou Will Smith para o cinema.

Em 1987, outro álbum que explodiu. Bad também foi sucesso de vendas e levou o artista a se arriscar como ator. Em 1988, Michael estrelou Moonwalker em Hollywood. O nome da película se refere a um dos hits de sua última publicação. Bad foi o último disco de Michael Jackson antes de sua carreira entrar em crise. No início dos anos 90, especulações sobre diversas cirurgias plásticas e tentativas de se tornar branco caíram na imprensa, porém ninguém acreditava.



Com diversas cirurgias plásticas e sua surpreendente mudança de cor da pele, o astro pop caiu em desgraça. Alegando doença, as comunidades negras dos EUA não aceitaram a “desculpa” de Michael e deixaram de lado toda a admiração pelo cantor. Além disso, sua situação financeira não era boa. Com o gasto exagerado em coisas fúteis, seu dinheiro foi gasto sem controle. Peças de colecionador, casas e o Rancho Neverland foram adquiridos. Também, boa parte de sua fortuna foi para a caridade.

Para quebrar o clima de desgraças na vida de Michael Jackson, uma pausa para mostrar sua boa relação com o Brasil. Em 1986, o cantor veio até o país para gravar um videoclipe. Com uma crítica social envolvendo a letra de They don’t care about us, o astro pop gravou no Rio de Janeiro, no morro do bairro de Botafogo junto com o Olodum. Fato curioso foi o pedido para os traficantes que dominavam a favela para autorizarem as gravações do videoclipe.




Depois de sua passagem pelo Brasil, Michael Jackson sofreu com mais um problema. A pedofilia. Muitas acusações cercaram a vida de Michael. Segundo as vítimas, o Rei do Pop abusava das crianças enquanto visitavam ao Rancho Neverland, local no qual considerava mágico, um mundo encantado.

Na atual década, Michael Jackson foi esquecido pela imprensa. Sua imagem só voltou a aparecer em duas ocasiões. A primeira em 2005, quando foi absolvido de todas as acusações de pedofilia. E a segunda, em 2007, quando mostrou seu filho para o mundo, e quase o derrubou da janela, em cena que lhe rendeu mais críticas.

No final de tudo, sua discografia é invejável esuas aparições não acabam por aí. O Rei promente fazer uma turnê de encerramento de sua carreira, mas a data ainda não está confirmada para isto acontecer. Confira a discografia de Michaek Jackson:

1972 - Ben;

1972 - Got To Be There;

1973 - Music And Me;

1975 - Forever Michael;

1975 - The Best of Michael Jackson;

1978 - The Wiz (Original Sound track) - Michael Jackson e Diana Ross;

1979 - Off the Wall;

1982 - Thriller;

1984 - Farewell My Summer Love;

1986 - Anthology;

1987 - Bad;

1991 - Dangerous;

1995 - History;

2001 - Blood on the Dance Floor - History in the Mix;

2001 - Invincible;

2003 - Number Ones;

2004 - The Ultimate Collection;

2005 - The Essential;

2008 - 25 Years Thriller;

Com várias cenas conturbadas de sua vida, Michael Jackson nunca deixará de ser o Rei do Pop. Todos os problemas não ofuscaram seus hits inconfundíveis, seu modo de dançar único e o sucesso conquistado por meio de um talento fenomenal.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um gordo fenômeno


Entre a tênue linha de jogador versus estrela ou celebridade Ronaldo Luis não deixa de alimentar grandes redes ou produtoras de notícias. Milionário, empresário, atleta e com dons para a política, o jogador possui uma fama internacional além de grande moral com milhões de fãns e torcedores ligados aos clubes pelo qual o atacante já atuou.

O Cruzeiro Esporte Clube foi o elo de ligação entre Nazário e o mundo da bola. Com 59 partidas disputadas pelo clube mineiro, Ronaldo marcou 57 gols. Sem contar um jogo contra o Bahia, no começo de sua carreira, em que o jogador fez 5 gols. O Cruzeiro ganhou por 6x1.No clássico contra o Atlético-MG, o atacante anotou três gols. Vale lembrar que neste ano, em 1993, Ronaldo tinha 16 anos.


CLUBES QUE RONALDO ATUOU

Cruzeiro (1993-1994),
PSV Eindhoven (1994-1996),
Barcelona (1996-1997),
Inter de Milão (1997-2002),
Real Madrid (2002-2007)
Milan - (2007-2008)

Notória capacidade e talento fizeram com que o jogador fosse convocado para defender a Comissão Brasileira de Futebol (popularmente conhecida como Seleção Brasileira) deixando por lá grandes marcas, recordes e tabus. Grande parte do que Ronaldo é hoje, se deve aos seus feitos nas copas de 1998,2002 e 2006.
Esta última, o Brasil ficou nas quartas-de-final quando perdeu para a França por 1 a 0. Mas Ronaldo fez 3 gols, se consagrando o maior artilheiro de todos os tempos em Copas do Mundo, com um total de 15 gols em 4 participações.

Tanto futebol comprometeram os joelhos de Ronaldo. Os 2. Ambos na Itália. Mas em times rivais. Aos 24 anos quando defendia a Internazionale de Milão e mais recentemente, em 2008, pelo Milan.


Depois de longa e conturbada recuperação, Ronaldo decidiu voltar a jogar bola e fazer gols. O craque assinou um contrato com o maior clube paulista, o Corinthians, onde já marcou 4 gols, é assunto do povo, dos bares, dos jornais impressos e on-line, de progamas na TV e das rodas de amigos futeboleiros e até de mulheres que entendem do assunto.
A equipe de marketing do clube contratou Ronaldo visando uma vaga na Taça Libertadores da América, na tentativa de conquistar um título inédito para o time do Parque São Jorge que em 2010 completará 100 anos!

Tantos méritos não podiam fazer de Ronaldo Luis um mero jogador de futebol. Com muita bala na agulha, o atleta se esquivou da boa conduta para aproveitar a liberdade que um patrimônio de R$ 360 milhões lhe proporciona. Dentre móveis e imóveis o jogador consegue um rendimento anual de 94 milhões. A Nike, principal patrocinadora de Ronaldo, matém um contrato vitalício cujos valores giram em US$100 milhões - R$167 milhões - mais royalties.
Será que com tantos dados assim, dá para falar só de futebol?

A R9 é uma empresa que gerencia e administra o lado jurídico do jogador. Em um linguajar mais subjetivo, a R9 é o CNPJ de Ronaldo Luis.
Sem contar o cargo de Embaixador que ocupa na Organização das Nações Unidas (ONU), na luta contra a pobreza e a fome nos países de terceiro mundo.

Este é o parágrafo de
RONALDO LUIS NAZÁRIO DE LIMA

Data de nascimento: 22 de Setembro de 1976
Cidade Natal: Rio de Janeiro




domingo, 29 de março de 2009

A hora do Crepúsculo

Stephenie Meyer conseguiu encontrar a fórmula ideal para contar uma linda história de amor. Juntou romance, aventura, ação, seres míticos e criou o fenômeno de vendas Crepúsculo.
Na saga com 5 livros (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer e Sol da Meia-Noite, ainda não concluído), a autora narra o improvável amor entre o vampiro Edward Cullen e seu objeto de amor e desejo assassino, a humana Bella Swan. Graças as penúrias do casal, Stephenie vendeu mais de 45 milhões de exemplares de livros da série em 37 países. Nada mal para uma dona de casa de apenas 35 anos, mãe de três filhos, que hoje, de acordo com a revista Times, é uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Stephenie surpreende-se por ter conseguido conciliar sua vida familiar com a criação de todo um universo com personagens fortes e regras próprias: "Crepúsculo é meu primeiro romance, e tem sido como experimentar uma montanha-russa maluca, sem cintos de segurança desde o início".

Ela é formada em Literatura Inglesa pela Brigham Young University, em Utah, e em suas histórias cita diversos outros livros como Romeu e Julieta, de Shakespeare, ou O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brönte, dando assim uma base teórica para seus leitores entenderem com maior profundidade o romance. Além disso, ela conta em seu website (em inglês), que não consegue escrever sem ouvir música, então surge aí mais uma lista de bandas essenciais para seus fãs.

Apesar de já ser um fenômeno de vendas, Crepúsculo explodiu mesmo com o lançamento do filme em dezembro de 2008 (que tem inclusive uma participação especial de Stephenie em uma pequena cena), e só no Brasil arrecadou R$ 3,3 milhões de reais em seu primeiro final de semana.


Agora, Meyer prepara-se para mais um sucesso nos cinemas. Já está em filmagem a continuação da saga, Lua Nova, que terá os mesmos atores do primeiro filme e promete ser ainda mais emocionante que o primeiro. (Veja trailer aqui)

No entanto, nem tudo são flores na vida dessa escritora. Alguns capítulos de Sol da Meia-Noite, livro que conta a versão de Edward do primeiro livro, vazaram na internet, fazendo com que a sua produção fosse paralizada por tempo indeterminado. Ela disponibilizou-os depois em seu site, mas disse que não teria condições de continuar a escrevê-lo, por enquanto. Além disso, Meyer foi duramente criticada por Stephen King, mestre do terror, em uma entrevista concedida por ele à USA Weekend, dizendo que ela "não sabe escrever algo que valha". Os fãs de Crepúsculo saíram em sua defesa e publicaram vídeos na internet em que rebatem as acusações do autor de Carrie, a Estranha.

Polêmicas à parte, Stephenie faz muito bem o seu trabalho, conquistando milhares de fãs em todo o mundo, falando de temas considerados por alguns como ultrapassados, como amor, lealdade, coragem, sacrifício, sem ser tediosa para o público jovem, tão acostumado à linguagem televisiva, que agora compra orgulhoso o seu livro preto.

sexta-feira, 27 de março de 2009

O fantástico mundo de Tim


Da trilha sonora à estética, seja em animação ou com personagens reais, é fato: um filme de Tim Burton é inconfundível.

O diretor de 50 anos começou sua carreira cedo, em um universo tão mágico quanto o de seus filmes, quando ao sair do colegial ganhou uma bolsa de estudos da Disney para o Instituto de Artes da Califórnia, onde estudou animação por três anos e foi então contratado pela própria Disney como aprendiz.
Mas o lugar “onde sonhos se realizam” não se propunha a realizar todos os sonhos imaginados pelo jovem que passava suas tardes imerso no mundo dos filmes de terror de baixo orçamento.

Foi nessa época, e com a junção desses dois universos distintos em que viveu, que Burton conseguiu criar um mundo para chamar de seu, O Estranho Mundo de Jack, de 1993, que apesar de não ter sido seu primeiro trabalho (que foi a animação de 6 minutos, Vincent, de 1982, uma homenagem ao ator Vincent Price), é um dos mais importantes de sua carreira. Mas Burton não dirigiu esse filme. Passou a direção para o amigo dos tempos de Disney, Henry Selick, para poder se dedicar inteiramente à produção do filme, que em inglês leva o nome de Tim Burton’s Nightmare Before Christmas, todo baseado em personagens de um poema que ele escreveu.

Tanto antes, como depois de Jack, Burton manteve-se nesse mundo particular que deu tão certo. O rapaz que lia Edgar Allan Poe, admirava os filmes do diretor que foi considerado o pior da história (Ed Wood, que foi homenageado por Tim Burton em um filme de mesmo nome) e trabalhou no Walt Disney Studios, criando desenhos, não podia viver no mesmo mundo sem graça do restante dos mortais.

Misturando sempre humor com terror de uma forma tão sutil que só ele sabe fazer, Tim Burton nos deu alguns dos personagens mais marcantes do cinema. Além do esqueleto mais elegante da história (O Estranho Mundo de Jack), ele nos apresentou o cabelereiro e jardineiro doce que tinha como maior ambição ter mãos humanas em vez das tesouras (Edward Mãos de Tesoura, o primeiro que fez com o amigo Johnny Depp); nos deu de presente vilões carismáticos, como o inesquecível Coringa baseado na Piada Mortal (Batman), e o barbeiro que matava seus clientes e dava seus corpos para servir de ingredientes para tortas (Sweeney Todd: o barbeiro demoníaco da rua Fleet).

São mais de 20 trabalhos (confira aqui a filmografia completa), divididos entre tv e cinema, e mesclados com Burton atuando em cada um de uma forma. Ou de várias formas. Como diretor, produtor ou roteirista, Tim Burton coleciona críticas (a maioria positiva) e indicações a grandes prêmios, além de amigos, como o inseparável Johnny Depp, com quem trabalhou em 6 filmes, e sua atual mulher, Helena Bonham Carter, com quem tem 2 filhos, e também é presença constante nos filmes do diretor.

Agora, Tim Burton está envolvido em seu próximo trabalho, uma história que parece ter sido feita para ser dirigida por ele. Alice no País das Maravilhas só tem data de estreia para 2010, mas os loucos por esse diretor maluco, mal podem esperar para ingressar mais uma vez no mundo mágico que só ele nos permite entrar.

sábado, 21 de março de 2009

Barack Hussein Obama: o nome lembrado na eternidade


Um sonho praticamente impossível se tornou realidade em 2009. Desde quando imaginávamos um presidente negro governando os Estados Unidos? Pois é. Um homem foi capaz de conseguir o tal feito, visto, até então, somente em filmes de Hollywood e em desenhos animados.

O dia histórico foi 4 de novembro de 2008. Neste dia, Barack Obama venceu John McCain de forma tranqüila e foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Obviamente, muita gente foi contra. Não só por sua etnia, mas também por sua origem.

Filho de um Queniano com uma norte-americana, Barack Hussein Obama Filho passou praticamente toda sua infância no Havaí. Seu pai, Barack Obama, era muçulmano e influenciou o filho a ser. Porém, quando atingiu a maturidade, deixou de seguir a religião do Oriente Médio. Mas mesmo assim, alguns conservadores, apoiadores de McCain, utilizaram a crença e a cor da pele para tentar derruba-lo. Porém, não deu certo.

No entanto, a caminhada do personagem não foi tão simples. Desde 1996, Barack Obama começou a estampar as capas das revistas. No ano, ele foi eleito para o Senado do estado de Illinois. Após quase dez anos de serviços prestados aos Estados Unidos, Barack foi citado no mundo, com mais freqüência, em 2005. Na ocasião, Obama foi eleito, pelo Partido Democrata, para o Senado dos EUA.

Entre 2005 e 2008 foi quando o comentado senador começou a se destacar. O destaque foi grande a ponto de ser indicado para ser um dos concorrentes a presidência do país. Pri
meiro, Obama teve que derrotar Hillary Clinton para representar o partido democrata, para então vencer o republicano John McCain em outubro do ano passado.

Com discursos ressaltando o logo de sua campanha, o “Yes, we can”, Obama deu esperanças a todo o mundo e já tomou atitudes esperadas. Já anunciou a retirada das tropas do Iraque até o final de 2010, pediu o fechamento da prisão de Guantánamo e começou a dialogar amigavelmente com o Irã. Todas as medidas corrigindo as burradas do antigo presidente, George W. Bush, que manchou a reputação norte-americana em relação aos outros países do mundo.

Como esperado, sua imagem rodou o mundo. Desde souvenires por toda a parte, até uma série de quadrinhos japoneses pornográficos. Dentro dos EUA, obviamente a maior manifestação de apoio foi da população negra e latina do país. Os humoristas reverenciavam seu nome durante suas apresentações e criticavam o adversário McCain, como Chris Rock apresentou em seu show organizado pela HBO, chamado Kill the Messenger, em diversos países.



Outro exemplo de motivação foi por parte dos Rappers. A nova geração do Rap americano não fala de problemas sociais como os antigos mestres faziam, exemplo Tupac. Na atualidade, os focos das letras são carros e mulheres. Porém, o feito fez com que dois deles, Young Jeezy e Nas, fizessem uma homenagem ao atual presidente norte-americano. O nome da música é
My President.
Com estas ideias de "Yes, we can!" e "Change" implantadas por Barack Obama, todos temos a esperança de um novo começo. A mudança não é certa, mas a certeza é que o rosto e o nome do novo presidente norte-americano não irá ser esquecido na história.

quinta-feira, 19 de março de 2009

TasMania

Tão elétrico quanto o bichinho peludo dos Looney Tunes, é Marcelo Tas. E tão famoso quanto. O apresentador, jornalista, ator, roteirista e diretor já está em seu sétimo (e último, segundo ele) perfil no Orkut, e seu blog já recebeu diversos prêmios e milhares de comentários dos leitores.

Ele começou sua carreira muito longe do jornalismo, na faculdade de Engenharia da USP. Acabou se interessando pelo jornal dos alunos do curso e mandava diversas matérias para a publicação, até que uma finalmente foi aceita. Depois disso resolveu fazer a faculdade de Rádio e TV também na USP, e então foi só sucesso.

Seu primeiro trabalho de repercussão foi o repórter Ernesto Varella. Esta personagem, junto com o seu "camera man" Valdeci, interpretado pelo diretor Fernando Meirelles, entrevistava grandes personalidades fazendo perguntas que todos gostariam de saber a resposta, mas ninguém tinha coragem ou oportunidade para isso. Varela só pode "acontecer" naquela época porque Tas e seus amigos eram os donos da agência Olhar Eletrônico revolucionária e ousada, que o produzia.



Trabalhou para crianças nos infantis Rá-Tim-Bum, como o Professor Tibúrcio e como o Telekid no Castelo Rá-Tim-Bum, ambos transmitidos pela TV Cultura, em que ensinava às crianças coisas como o porquê da moda mudar, das ondas baterem e como funciona o pensamento. O sucesso não restringiu-se aos "pequenos", estendendo-se também ao público juvenil e adulto, mesmo quando Marcelo Tas não aparecia na frente das câmeras, como no humorístico Programa Legal, escrito por ele. Além disso ele ajudou a escrever diversos episódios do Telecurso 2000.

Hoje, Tas está no ar com o programa CQC, transmitido pela TV Bandeirantes, onde humor e jornalismo não podem ser separados. Ele apresenta na bancada quadros já célebres, como o Top5 e introduz e comenta as matérias dos outros repórteres: "Gosto da bagunça dos meninos, mas eu sou aquele que chama à razão, ao rigor jornalístico". Mas é lógico que sem perder a piada.