segunda-feira, 27 de abril de 2009

A excessão



Polêmica. Assim se resume a carreira de um dos maiores rappers da atualidade no cenário mundial. Entre brigas familiares, de guangue e quebrando a barreira do preconceito, Eminem conseguiu o respeito da maioria dos outros artistas da área e obteve uma legião de milhões fãs após uma trajetória nada fácil.

Marshall Bruce Methers III nasceu em 17 de outubro de 1972. Com a infância difícil após ser abandonado por seu pai, aos dois anos de idade, o jovem sofreu com a depressão da mãe, Deborah Mathers-Briggs, que mais para frente seria um grande problema na sua vida.

Sem gostar de ficar em casa por conta do vício da mãe em remédios antidepressivos, Marshall vivia na rua rodeado pelos amigos e pelo tio Ronnie, que tinha a mesma idade. Ambos viveram nas ruas de Detroit e começaram a ensaiar as primeiras batidas no Rap. Com 14 anos, o jovem começou a entrar nas suas primeiras batalhas de rap.

Sua carreira profissional e seu relacionamento com Kimberly, motivo de grandes capítulos em sua vida, começaram ao mesmo tempo. Em 1989, Eminem disputou uma competição de duelos, no Hip Hop Show, e se saiu bem.

Passaram se os anos sem sucesso, Eminem foi revelado ao mundo apenas em 1997. Um ano após o nascimento de sua filha Hailie, fruto do relacionamento com Kimberly. Em dois dos maiores duelos de rap dos Estados Unidos, o Scribble Jam e o Rap Olimpycs. Porém, em ambas as competições, Eminem ficou em segundo, perdendo para Juice. Mesmo com a derrota, sua carreira se tornou profissional naquele instante. Dr. DRE, rapper já consagrado na época e dono da gravadora Aftermath, não pensou duas vezes e já assinou contrato com o promissor.

Em 1999, Eminem se consagra. Seu álbum Slim Shady LP fica semana na lista da Billboard e ainda se casou com Kimberly. Sempre com letras envolventes e que retratam os problemas de um cotidiano, diferentemente dos demais rappers, Marshall conseguiu quebrar a barreira do preconceito, já que é o único branco a fazer sucesso num estilo de raízes negras, e começou a conquistar seus primeiros fãs.

Com uma moral mais elevada, ele variava suas letras de acordo com seu humor. Em diversas delas, retratava o ódio pela mãe, motivo de dor de cabeça até hoje por conta de processos por parte dela alegando agressões, explicitamente mostrando no vídeo abaixo, onde chega a enterrá-la.



Em outras, a parte do pai entrava. Por várias oportunidades, Eminem homenageou sua filha. Nas três musicas feitas por ele, a que fez mais sucesso até hoje foi Mockingbird, lançada em 2004, no álbum Encore. Mas a última foi When I'm Gone.



E para descontrair e mostrar apenas o seu som de horas vagas, aquelas com milhões de sátiras. Além de realizar algo cômico, o rapper não perdia a oportunidade de alfinetar seus desafetos, tanto na famosa guerra dos rappers, na discussão pública com o artista de música eletrônica, Moby, até o caso de pedofilia de Michael Jackson.



No dia 19 de maio deste ano, Eminem vai lançar seu novo CD. Com o nome de Relapse, conteúdo total do trabalho não foi divulgado. Apenas o primeiro hit, chamado de We made you foi divulgado em seu site oficial e novas celebridades de Hollywood foram vitimadas pelo polêmico astro do Rap.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A mulher dentro do vestido

“Não perca tempo batendo em uma parede, esperando que ela se transforme em uma porta”. Essa frase define muito bem a mulher forte que foi e é Coco Chanel. Ainda é, porque apesar de ter morrido há 38 anos, ela continua presente no estilo que caracteriza sua marca, Chanel, um verdadeiro espelho da personalidade de sua criadora.

Apesar de seu nome estar sempre associado ao glamour, sua vida começou muito longe dos brilhos e holofotes. Coco nasceu Gabrielle, e logo cedo ficou órfã de mãe. Seu pai, caixeiro-viajante, não podia tomar conta de suas três meninas, então as mandou para um colégio interno.

Adulta, começou sua carreira de estilista com uma loja de chapéus em Paris, apoiada financeiramente por um de seus amores, Arthur Boyle. Ele abriu as portas da alta-sociedade para Coco, mas foi seu talento e visionarismo que conquistaram as senhoras da época. Logo abriu outras casas de moda, comercializando também roupas esportivas, de montaria, de praia.

Paris, Hollywood e o mundo renderam-se às suas criações, como por exemplo, as calças femininas. Foi Chanel quem modificou o estilo de vestir da mulher do começo do século XX, tornando a moda muito mais leve e prática. Para ela, as roupas deveriam evidenciar a mulher que as vestisse, fazendo com que o luxo estivesse justamente em sua simplicidade.

Seu maior sucesso, no entanto, foi um perfume. Não um perfume qualquer, mas sim o Chanel nº 5. Essa é a fragrância mais vendida em todo o mundo, e foi encomendada por ela como "um perfume de mulher, com cheiro de mulher". Um frasco do nº 5 faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York. Não é para qualquer um. Como também não é para qualquer um estar na lista das 100 pessoas mais influentes do século da revista Time.

Porém durante a Segunda Guerra, Chanel caiu em um ostracismo depois de se envolver com um oficial alemão. Só nos anos 50 ela voltou a circular na alta sociedade, e nunca mais saiu de lá, seja como personagem das colunas sociais, seja vestindo as grandes mulheres. E agora Chanel é novamente chamada para a frente dos holofotes, através do filme "Coco Avant Chanel", estrelado por Audrey Tautou, que estreou na França em 22 de abril, e "Coco Chanel & Igor Stravinsky", ainda em produção.

Assista o trailer de Coco Avant Chanel (em francês):


A definição que Coco dava para suas criações se aplica com excelência também à sua pessoa: "Chanel é antes de tudo um estilo. A moda muda. O estilo permanece".

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O calçado da fama




Desde que calçou seus pares de Manolo Blahnik, Sarah Jessica Parker se tornou ícone fashion e heroína de uma geração de mulheres de 20 a 30 e poucos anos, que viram em sua personagem mais famosa tudo o que queriam ser.

Sarah foi Carrie Bradshaw na renomada série Sex and the City, por 6 anos. E enquanto desfilava nas telas sapatos desejáveis, roupas de grifes, misturava estilos com ousadia, e discutia preferências amorosas em pleno café-da-manhã com as amigas, a atriz por trás de Carrie estampava capas de revistas de moda e ganhava prêmios. Ao receber seu primeiro Globo de Ouro por melhor atriz de série cômica, em 2000, Sarah agradece dizendo que nunca havia ganho nada antes, e que não é uma ganhadora.


A verdade que parece tão improvável nesse discurso, diz respeito a infância de Sarah. Ela nem sempre teve a sorte de usar roupas tiradas dos editoriais de moda da revista Vogue. Na verdade, moda era a última coisa que passava pela cabeça da menina que ajudava a sustentar sua família. Quando os pais se separaram e a mãe casou novamente, Sarah, que já tinha 4 irmãos, ganhou mais 4, e a situação ficou difícil. Mas mesmo com o desafio financeiro, a mãe de Sarah, Barbara, matriculou os filhos em aulas de ballet, música e teatro.

E graças a essa atitude de Barbara, que Sarah ganhou seu primeiro papel de protagonista em um espetáculo da Broadway, na peça sobre a menina orfã Annie.



Depois do sucesso de sua Annie, Sarah ganhou papéis importantes em filmes como Footlose e Garotas só querem se divertir.
Então, finalmente em 1998, Sarah é convidada pelo produtor Darren Star a estrelar uma das séries de maior audiência e repercussão da história da tv. A partir daí, passa a ser impossível desvincular a imagem de Sarah, da de sua personagem Carrie.

Mas diferente de sua personagem, a atriz tem uma vida amorosa bem equilibrada. Depois de namorar astros como Nicolas Cage e Robert Downey Jr, ela hoje é casada há 12 anos com o também ator, Matthew Broderick, com quem tem um filho. Além disso, Sarah não costuma ser vista nas inaugurações de todos os bares e restaurantes badalados da cidade. Sarah é bem discreta e não gosta de chamar a atenção.

Da personagem descolada que interpretou por tantos anos, Sarah tem apenas os cachos loiros e a paixão por moda e principalmente por calçados Manolo Blahnik.
A mulher que disse não ser uma ganhadora, ganhou mais 3 Globos de Ouro pelo mesmo papel, e também um Emmy, o prêmio mais importante de seriados, no ano em que a série acabou. E Sex and the City- O Filme, bateu recordes de bilheteria, e já é esperada a continuação.

Sarah Jessica Parker lançou uma linha de perfumes, sua própria marca de roupas, é membro do Comitê Político das Mulheres de Hollywood e embaixadora da UNICEF. Ao interpretar uma mulher fabulosa, acabou tirando os holofotes de uma mais incrível ainda.
Todos esses anos assistindo a série, nos enganamos. Não era Carrie que queríamos ser. Era a própria Sarah.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

CACILDS!



Antônio Carlos Bernardes Gomes. Quem não conhece? Figura carismática que marca até hoje. Poucas pessoas o conhecem por este nome. Mas uma pequena palavra já mata a charada. Cacilds! Pois é, este é o verdadeiro nome de Mussum. Pagodeiro, que depois virou comediante e teve seu auge quando integrou Os Trapalhões, ao lado de Didi, Dedé e Zacarias.

Nascido em 7 de abril de 1941, no Morro da Mangueira (Rio de Janeiro), teve uma infância difícil na Cidade Maravilhosa. Em sua formação, Mussum passou nove anos em um colégio interno e conseguiu um diploma em mecânica. Maior de idade, ingressou no exército e seguiu a vida militar por oito anos.

Após sua passagem pelo exército, Mussum começou sua caminhada rumo ao estrelato. Em 1969, após grande amizade com Dedé Santana, foi apresentado a Chico Anysio. Na época, Chico gravava a Escolinha do Professor Raimundo e o convidou para participar. Fato curioso foi a recusa. E o motivo foi explicado pelo próprio, com seu estilo irreverente: “artistis de tevê tinha que pintar a cara e isso não era coisa de homem”.

Porém, o sonho não acabou por aí, e Chico insistiu para Mussum ingressar na carreira artística. Dedé, com um projeto paralelo o convidou para integrar Os Trapalhões. Aí o sucesso virou astronômico. Mas antes de relatar a carreira brilhante, Antônio Carlos Bernardes nunca escondeu sua paixão pela música e teve um projeto paralelo com outros companheiros formando o conjunto Originais do Samba.

Voltando à carreira que o deixou conhecido no meio de todos, Mussum começou a se destacar em meio aos trapalhões. No começo Didi era o líder, acompanhado por Dedé, e depois apareciam Mussum e Zacarias. Com o passar do tempo, os menos importantes começaram a se destacar e ganharam um maior espaço nos programas exibidos pela Rede Globo, com quadros individuais.

Até a renda conquistada pelo grupo começou a ser repartida igual após um desentendimento entre os integrantes do grupo.


Mussum No Ponto De ônibus - The best video clips are here

Depois, da telinha, os Trapalhões começaram a ganhar espaço dentro dos cinemas e uma porrada de filmes foram lançados. Confira a filmografia abaixo:

Em 1979: "O Rei e os Trapalhões"; "O Cinderelo Trapalhão".
Em 1980 fez: "Os Três Mosqueteiros Trapalhões"; "O Incrível Mestre Trapalhão".
Em 1981: "Os Saltimbancos Trapalhões".
Em 1982, fez: "Os Vagabundos Trabalhões"; "Os Trapalhões na Serra Pelada".
Em 1983 fez: "O Cangaceiro Trapalhão"; "Atrapalhando a Suate".
Em 1984 fez: "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz"; "A Filha dos Trapalhões".
Em 1985: "Os Trapalhões no Reino da Fantasia".
Em 1986 fez: "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" e "Os Trabalhões e o Reino do Futebol".
Em 1987 fez: "Os Trapalhões no Auto da Comparecida" e "Os Fantasmas Trapalhões".
Em 1988 fez: "Os Heróis Trapalhões - "Uma Aventura na Selva" e ""O Casamento dos Trapalhões"; "A Princesa Xuxa e os Trapalhões".
Em 1990 fez: "Uma Escola Atrapalhada" e "O Mistério de Robin Hood".
Em 1991 fez: "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude"

No decorrer do auge que não parecia ter fim, uma fatalidade atingiu a todos. No dia 29 de julho de 1994, Mussum faleceu após ter uma série de complicações devido a um transplante de coração realizado dias antes de sua morte. Porém, sua vida foi tão marcante que ainda é presente no nosso cotidiano. Quem nunca viu um filme de Mussum, uma camiseta dele na rua, ou melhor... quem nunca gritou um “CACILDS”. Marca registrada do saudoso.

sábado, 11 de abril de 2009

A comédia da vida privada de Verissimo

A promissora carreira de Luis Fernando Verissimo começou quando ele, sua irmã e um primo escreveram um jornal sobre as notícias da família que ficava pendurado no banheiro de casa. Ele já possuia a veia cômica que iria marcar toda a sua produção, até mesmo em seu trabalho como músico no "Renato e seu sexteto", conhecido pelo apelido de "maior sexteto do mundo", já que tinha nove integrantes.

Ele é filho do também escritor Érico Verissimo e sempre teve muitos livros em casa para se inspirar. Ainda criança, Verissimo sentiu a experiência de viver em outro país, quando seu pai foi dar aulas em Berkeley e ser diretor cultural da União Pan-americana em Washington, ambos nos Estados Unidos.

Luis Fernando quase estudou arquitetura: "Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas". Trabalhou no departamento de arte da Editora Globo, foi tradutor e redator publicitário, revisor de texto e finalmente colunista.

Suas crônicas possuem um humor inteligente e crítico, e não há quem não goste de pelo menos uma de suas histórias do cotidiano. Muitas vezes, elas beiram à loucura em situações impossíveis, mas ainda assim, os leitores sentem que aquilo é tão real quanto qualquer coisa que Luis Fernando escreva, pois do jeito que são narradas, as histórias bem que poderiam acontecer. Quem nunca recebeu, leu e se divertiu com uma crônica dele, que atire a primeira pedra.

Ele já publicou dezenas de livros desde romances, poemas e crônicas e participou da criação de quadros para o programa "Planeta dos Homens" e "Comédias da vida privada", inspirada em um de seus livros. Criou personagens memoráveis como os dois típicos machões, o detetive Ed Mort e o Analista de Bagé, gaúcho legítimo e terapeuta freudiano.

Além disso, Verissimo publica também tirinhas da Família Brasil e As cobras, “tenho um problema curioso para um desenhista. Não sei desenhar. Isto não me impede de insistir com o desenho, apesar dos conselhos de amigos, das indiretas da família e de telefonemas ameaçadores. Insisto, em primeiro lugar, por conveniência. Não digo que uma imagem valha mil palavras, mas umas 500 - o necessário para encher uma coluna de jornal - vale. Qualquer cronista diário daria a sua mão direita para poder desenhar em vez de escrever, de vez em quando, se fosse canhoto".

Tímido, não gosta, mas merece os aplausos de seu público.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano



Há 15 anos, o mundo chorou a morte de um dos maiores músicos que já pode ter. Kurt Cobain foi encontrado morto na estufa de sua casa, no dia 8 de abril de 1994, mas teria se matado três dias antes.

O vocalista, guitarrista e compositor do Nirvana sempre teve uma vida conturbada. O divórcio dos pais, quando ele tinha apenas 9 anos, deu a Kurt a sensação que o acompanhou pelo resto da vida, a insegurança. O menino se tornou muito tímido e no revezamento que fazia entre as casas dos pais, acabava por vezes indo morar com amigos e outros parentes, e nos momentos de maior rebeldia, passava as noites em hospitais, fingindo ser parente de algum paciente.

Kurt não ligava muito para esportes. Seu maior interesse era nas artes em geral, então era comum encontrá-lo ouvindo músicas em seu quarto e durante as aulas desenhando de cartuns a sua própria pornografia.


Mas foi aos 14 anos, quando preferiu sua primeira guitarra a uma bicicleta, que Kurt escolheu quem queria ser. Largou a escola alguns anos mais tarde, porque percebeu que não tinha notas altas o suficiente para a graduação, mas não sem antes encontrar alguém que tocasse de forma tão espontânea quanto ele. Krist Novoselic passou a ser o parceiro e grande amigo de Kurt na busca pela banda que mudou tanto de nome quanto de baterista, até finalmente chegar no Nirvana (em 1988) com Dave Grohl (em 1990).

A banda, que já tinha lançado seu primeiro disco, o Bleach (1988), se envolveu no lançamento do segundo, a obra-prima Nevermind, de 1992, considerado um dos mais influentes da história do rock, e responsável por transformar o Nirvana no fenômeno como é conhecido até hoje.
Os garotos de Seattle, que usavam cabelo comprido e camisa de flanela, deram ao rock que antes predominava como glam metal, o mesmo estilo de suas roupas: mais pesado, com um ar de sujo, alternativo, que ficou conhecido como grunge.

E o seu fundador, que cresceu ouvindo bandas como Beatles, Kiss, Melvins, Aerosmith e AC/DC, dominado pela insegurança que sempre o assombrou, não acreditava no próprio talento. Na letra de uma das músicas que se tornou hino de uma geração considerada perdida, Smells Like Teen Spirit, Kurt diz que é o pior no que faz de melhor. Mentira.




Mas assim como o vocalista de uma das bandas que admirava, Kurt conheceu sua Yoko Ono, Courtney Love, vocalista da banda Hole, em 1991, e ele se dizia tão apaixonado que só não largava a banda porque tinha um contrato.

Então, apenas um ano após se conhecerem, Courtney descobriu que estava grávida, e a fim de dar a filha a estabilidade que não pode ter quando criança, Kurt e Courtney resolveram se casar, e no final de 1992, nasceu Frances Bean Cobain.


Apaixonado pela filha, Kurt disse que segurá-la era a droga mais potente que existia. Infelizmente só essa “droga” não bastou para ele. Nos últimos anos de sua vida, Kurt se tornou excessivamente dependente de heroína e se aproximou da morte várias vezes, sempre deixando uma carta de despedida, e escapando dela por muito pouco.


Mas em 5 de abril de 1994, não houve salvação. Kurt havia sumido após sair de uma clínica em Los Angeles, e foi encontrado na mansão Cobain, 3 dias depois, por um eletricista que tinha ido instalar um novo sistema de segurança.



“Melhor queimar de uma vez do que ir queimando aos poucos”, diz Kurt em uma das últimas frases de sua carta de suicídio, deixada para o amigo imaginário que tinha na infância, Boddah. Mas para os fãs e para todo o mundo da música e do rock ‘n roll, Kurt Cobain é uma fogueira que continua a nos confortar e não vai apagar nunca.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A luta pela honra


Aos 28 anos de idade Mukhtaran Bibi descobriu o quão cruel é o mundo machista em que vive.

Ela foi estuprada por quatro homens como punição por uma acusação sofrida por seu irmão de 12 anos. Numa terra em que disputas são resolvidas por conselhos tribais, os clãs mais poderosos são quem detém o monopólio das decisões, e as mulheres são usadas como moeda de troca de ofensas.

As mulheres que sofrem esse tipo de violência normalmente cometem o suicídio, e Mukhtaran Bibi realmente pensou nisso. Mas depois, encontrou forças para lutar contra seus agressores, mesmo sendo pobre e analfabeta. Ela contou com o apoio de sua família, uma coisa rara em uma situação como essa no Paquistão, e ainda teve a sorte de um jornal contar sua história, que logo se espalhou por jornais de vários países pressionando, assim, a Justiça paquistanesa a tomar uma atitude. No entanto, em segunda instância, dos 14 homens que foram processados (quatro estupradores e dez testemunhas que se omitiram), cinco foram absolvidos e Mukhtaran recorreu.

Ela mudou de nome e tornou-se Mukhtar Mai, "grande irmã respeitada", e com o dinheiro da indenização recebida, construiu uma escola para meninas no seu vilarejo. Mukhtar resolveu combater a violência contra as mulheres através da educação.

Seu caso tornou-se mais famoso ainda com a publicação de seu relato no livro "Desonrada", escrito com a colaboração da jornalista francesa Marie-Thérèse Cuny, onde conta sobre a decisão do júri, a violência que sofreu, e a sua luta por Justiça. Relata também uma outra violência sofrida por ela, bem mais sutil, no entanto tão ou mais ofensiva. Depois de ser considerada um símbolo da luta dos direitos das mulheres, Mukhtar Mai foi impedida de falar na ONU, pois o primeiro-ministro do Paquistão também discursaria, e isso poderia tornar-se uma saia-justa para ele e fazer com que a imagem do país fosse manchada. Ela foi mantida incomunicável no Paquistão, para que os jornais e ativistas não pudessem mostrar seu descontentamento com isso. Isso mostra que questões políticas em instituições consideradas avançadas podem ser tão nocivas quanto um arcaico sistema tribal que já havia vitimado essa mulher.

Além de livro, em 2006 sua história tornou-se um documentário dirigido por Mohammed Naqvi, chamado "Shame", e logo inspirará um longa ficcional dirigido por Katia Lund, que co-dirigiu Cidade de Deus. Assista o trailler (em inglês) de "Shame".



Apesar de tudo, Mukhtar Mai continua firme na luta por sua dignidade. Sua vingança contra os agressores a fizeram ajudar milhares de outras mulheres que também sofreram e sofrem com o femicídio e a procuram para buscar ajuda: "Algumas mulheres me disseram que se fossem espancadas pelos maridos não exitariam em ameaçá-los: 'Cuidado, vou me queixar a Mukhtar Mai!'. Era um gracejo. Mas a realidade é que estamos o tempo todo no limite do trágico".

Ela tornou-se um ponto de luz em uma noite escura demais.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O casal das 8

Pense em um casal bem-sucedido, que trabalhe junto, faça sucesso e ainda tenha tempo de cuidar de uma família de 3 filhos.

A imagem que veio a sua cabeça por acaso tem de fundo pessoas trabalhando, computadores e um JN escrito na lateral?


Sim, William Bonner e Fátima Bernardes são a personificação dessa descrição.
Apresentadores do jornal de maior audiência da tv nacional (o Jornal Nacional, da Rede Globo) há 11 anos e casados há 20, é impossível imaginar um sem o outro.

Mas o primeiro parágrafo dessa história começou em Estados diferentes, quando os dois decidiram que queriam estudar Comunicação. Ela no Rio de Janeiro, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele na USP (Universidade de São Paulo). Ela que queria ser crítica de dança. Ele que queria ser publicitário.

Ela que começou a carreira em 1984. Ele em 1983. Ela como freelancer do jornal O Globo. Ele como redator e depois locutor da Rádio USP.
Ela foi sempre da Globo. Ele foi antes da TV Bandeirantes.
Ela entrou na emissora através de um curso de telejornalismo. Ele foi convidado.

Os dois começaram no mesmo tipo de programa. Os dois no jornal local de seus Estados.
Os dois passaram pelo Fantástico e pelo Jornal Hoje. Mas foi no Jornal da Globo, em 1989, que as vidas do paulista e da carioca finalmente se cruzaram.

Namoraram só 3 meses. Tiveram filhos só depois de 7 anos. São casados há duas décadas. Ocupam a bancada (e também os bastidores) do Jornal Nacional há 11 anos.

William e Fátima passam 24 horas por dia juntos. Acordam, tomam o café da manhã em família, levam as crianças para a escola, e depois seguem para a empresa. Lá, sentam um ao lado do outro na mesa para criar o jornal que mais tarde apresentarão, também lado a lado. Voltam para casa, onde os trigêmeos esperam dormindo, depois de ter desligado a tv as 8 e meia da noite e lido um livro até as 9.

Os dois não são um casal convencional. Casaram cedo demais. Esperaram muito para ter filhos. Passam tempo demais juntos. Mas a verdade é que se tratando de William Bonner e Fátima Bernardes, nada disso importa.

O casal mais visto da tv, consegue ser um dos melhores no que faz e ainda concilia isso com uma vida familiar bem estruturada. “Achamos um equilíbrio. E é adorável viver com quem se está casado quando se está casado com a Fátima”, diz Bonner, afirmando não ter problemas em trabalhar com a esposa.

24 horas por dia juntos. 20 anos de casamento. 3 filhos. Cargos invejáveis e muitos prêmios. William e Fátima seguem apaixonados.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O que anda para trás e muda de cor?



Esta piadinha já mostra um pouco da grande história polêmica de Michael Jackson. Uma carreira de altos e baixos. Desde astro mirim até fortes acusações de pedofilia. Porém, problemas não tiram o rótulo de Rei do Pop.

Nascido na década de 60, o pequeno Michael, com apenas cinco anos, ingressou na carreira artística. Seu pai, Joseph Jackson, juntou seus filhos e formou a banda Jackson Five. O astro deste primeiro parágrafo era o foco das atenções, o vocalista, enquanto seus irmãos eram os coadjuvantes.

Desde essa época o psicológico de Michael Jackson foi afetado. Rumores divulgados na imprensa e relatos do próprio revelavam maus tratos cometidos pelo pai, que sempre demonstrou adoração pelo dinheiro e enxergava em seus meninos uma fonte interminável de renda.

Os anos se passaram e Michael cresceu. Seu sucesso também. Com sua saída da banda, o astro pop lançou seu primeiro disco solo em 1978, chamado Of the Wall. Porém, quatro anos depois, o álbum que o consagrou como o Rei do Pop. Thriller foi considerado um dos melhores de todos os tempos, um dos mais vendidos também e foi vencedor de oito prêmios Grammy. Um fenômeno produzido com a ajuda do famoso produtor Quincy Jones, o mesmo que revelou Will Smith para o cinema.

Em 1987, outro álbum que explodiu. Bad também foi sucesso de vendas e levou o artista a se arriscar como ator. Em 1988, Michael estrelou Moonwalker em Hollywood. O nome da película se refere a um dos hits de sua última publicação. Bad foi o último disco de Michael Jackson antes de sua carreira entrar em crise. No início dos anos 90, especulações sobre diversas cirurgias plásticas e tentativas de se tornar branco caíram na imprensa, porém ninguém acreditava.



Com diversas cirurgias plásticas e sua surpreendente mudança de cor da pele, o astro pop caiu em desgraça. Alegando doença, as comunidades negras dos EUA não aceitaram a “desculpa” de Michael e deixaram de lado toda a admiração pelo cantor. Além disso, sua situação financeira não era boa. Com o gasto exagerado em coisas fúteis, seu dinheiro foi gasto sem controle. Peças de colecionador, casas e o Rancho Neverland foram adquiridos. Também, boa parte de sua fortuna foi para a caridade.

Para quebrar o clima de desgraças na vida de Michael Jackson, uma pausa para mostrar sua boa relação com o Brasil. Em 1986, o cantor veio até o país para gravar um videoclipe. Com uma crítica social envolvendo a letra de They don’t care about us, o astro pop gravou no Rio de Janeiro, no morro do bairro de Botafogo junto com o Olodum. Fato curioso foi o pedido para os traficantes que dominavam a favela para autorizarem as gravações do videoclipe.




Depois de sua passagem pelo Brasil, Michael Jackson sofreu com mais um problema. A pedofilia. Muitas acusações cercaram a vida de Michael. Segundo as vítimas, o Rei do Pop abusava das crianças enquanto visitavam ao Rancho Neverland, local no qual considerava mágico, um mundo encantado.

Na atual década, Michael Jackson foi esquecido pela imprensa. Sua imagem só voltou a aparecer em duas ocasiões. A primeira em 2005, quando foi absolvido de todas as acusações de pedofilia. E a segunda, em 2007, quando mostrou seu filho para o mundo, e quase o derrubou da janela, em cena que lhe rendeu mais críticas.

No final de tudo, sua discografia é invejável esuas aparições não acabam por aí. O Rei promente fazer uma turnê de encerramento de sua carreira, mas a data ainda não está confirmada para isto acontecer. Confira a discografia de Michaek Jackson:

1972 - Ben;

1972 - Got To Be There;

1973 - Music And Me;

1975 - Forever Michael;

1975 - The Best of Michael Jackson;

1978 - The Wiz (Original Sound track) - Michael Jackson e Diana Ross;

1979 - Off the Wall;

1982 - Thriller;

1984 - Farewell My Summer Love;

1986 - Anthology;

1987 - Bad;

1991 - Dangerous;

1995 - History;

2001 - Blood on the Dance Floor - History in the Mix;

2001 - Invincible;

2003 - Number Ones;

2004 - The Ultimate Collection;

2005 - The Essential;

2008 - 25 Years Thriller;

Com várias cenas conturbadas de sua vida, Michael Jackson nunca deixará de ser o Rei do Pop. Todos os problemas não ofuscaram seus hits inconfundíveis, seu modo de dançar único e o sucesso conquistado por meio de um talento fenomenal.