terça-feira, 23 de junho de 2009

Love Will Tear Us Apart

A tradução dessa frase é: O Amor Vai Nos Destruir e é a inscrição da lápide de um dos maiores poetas do rock. Ele é Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division.

Bernard Sumner, Peter Hook e Terry Mason queriam criar uma banda de rock. Colocaram um anúncio que foi respondido por Ian. Surge aí Warsaw, nome que mais tarde, foi modificado para Joy Division, sugestão de Curtis, que havia lido o livro The House Of Dolls, que narra as perversidades nazistas nos campos de concentração. Joy Division, divisões do prazer, eram os alojamentos em que as judias eram estupradas.


Ian vivia na cidade industrial de Machester, na Inglaterra e sob influência do punk, da austeridade da Alemanha da década de 1940, Iggy Pop, Sex Pistols, David Bowie e mais um punhado de personagens e fatos recorrentes da época, além da epilepsia, sua companheira de vida e de morte, criou clássicos como Shadowplay e Love Will Tear Us Apart.


A banda logo fez sucesso com suas músicas que falam de sentimentos profundos, tristes. Nos shows a performance de Ian enlouquecia o público, que muitas vezes não sabia se ele estava dançando ou tendo ataques epilépticos. Muitas vezes eram as duas coisas, e Ian tinha de ser socorrido ali mesmo no palco.


Depois de lançar dois álbuns e fazer diversos shows pela Europa, além de ter apresentações marcadas nos Estados Unidos, Curtis estava cansado. Um casamento conturbado, a doença cada vez mais recorrente, além da extrema sensibilidade fez com que Ian, cometesse, aos 23 anos de idade, suicídio, enforcando-se no varal de sua casa. No bilhete a confissão: “Neste exato momento, eu queria estar morto. Eu simplesmente não agüento mais”.


Em 2007 saiu uma cinebiografia de Ian, chamada Control e aclamada pela crítica. Esse filme mostra a criação da banda, o casamento, o sucesso, a depressão, o relacionamento extra conjugal com Annik Honoré e o fim da sua vida.




Ian e o Joy Division influenciaram toda uma geração de músicos e pessoas de um modo geral que vieram depois. Sentimentos depressivos, angústia e desespero, marcas registradas dele, podem ser encontrados na obra de diversos artistas. Os membros remanescentes continuaram a tocar, porém com outro nome, cumprindo-se assim o pacto de que o Joy Division não continuaria sem um dos componentes. Hoje a banda chama-se New Order, e é claro, possui muito de Curtis impresso em suas letras e melodias.


A inscrição da contra capa do primeiro LP da banda, Unknown Pleasures, serve para definir Ian: "Isto não é um conceito, é um enigma".

sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Because you're mine I walk the line"

“Eu não vou cantar até ela dizer que ‘sim’”. Foi assim, em cima de um palco e em frente a uma platéia cheia de fãs, no Canadá, em 1968, que Johnny Cash conseguiu que a difícil June Carter, sua paixão desde que era criança, aceitasse finalmente seu pedido de casamento.
Os dois se conheciam há anos. June Carter, da tradicional família de músicos folk, era artista desde criancinha, e foi ouvindo sua voz no rádio, que Johnny Cash, na época também criança, se apaixonou.
Mas o caminho dos dois só se cruzou muito tempo depois, em 1955, durante um show. E desde então esse caminho permaneceu cruzado a vida inteira. Johnny Cash, o “homem de preto”, como era conhecido, se tornou artista famoso, depois que um produtor pediu a ele para abrir mão de tentar fazer sucesso com música gospel (que era o que ele queria) e “fazer algo que ele pudesse vender”, e June Carter que sempre fora famosa, passou a fazer turnês com ele.
Mas Cash era casado e tinha 4 filhas. June era divorciada e tinha 2. Mesmo assim, a paixão foi inevitável. Cash já não voltava para casa com muita freqüência e June estava sempre lá ao lado. Ela estava lá quando ele se viciou em anfetamina. Quando ele se separou. Quando ele tentou se reaproximar dos pais. Quando ele gritava pelo irmão perdido. June deu a Cash o apoio que ele precisava. Ela sempre foi, assim como ele disse no momento do pedido de casamento que ela finalmente aceitou, sua melhor amiga.
Johnny e June foram casados por 35 anos. Tiveram apenas um filho, o único homem de toda a família que constituíram. Separados eram incríveis. Juntos eram fenomenais. O casal venceu inúmeros Grammys, compôs inúmeros sucessos, e virou referência de história de superação. Os dois foram antes de tudo, companheiros. A única vez que se separaram depois de casados foi em 2003, quando a grande mulher “por trás” do grande homem, morreu aos 73 anos de idade, devido a complicações depois de uma cirurgia do coração. Johnny, que nunca conseguiu passar muito tempo longe de June, a seguiu 4 meses depois, devido a diabetes. A exemplo do lugar que sempre ocuparam na vida do outro, hoje eles ainda se encontram lado a lado. E assim ficarão, por toda a eternidade.