Olhos azuis, loiro, bem vestido, articulado e novinho. Bem novinho. 35 anos. Ganhador de um Oscar. Gay. E daí?
O mundo conheceu Dustin Lance Black no dia 22 de fevereiro deste ano, mas ele descobriu que queria mudar o lugar injusto em que vive, há muito tempo, quando tinha pouco mais de 7 anos e percebeu que era diferente.
Aos 13 anos, mudou com sua mãe para a Califórnia, e foi lá que conheceu a história de um homem que tentou ele mesmo mudar o mundo, deixá-lo mais justo. Assim, Harvey Milk, o primeiro político gay a ser eleito, entrou na vida de Dustin.
Inspirado por Milk, Black se assumiu após terminar o colegial. Mas foi na faculdade, a UCLA (University of California), onde estudou Teatro, que ele percebeu que queria tornar a história que inspirou sua vida, conhecida de outras vidas.
Pesquisou Milk por 3 anos, e depois de não conseguir autorização para usar o principal livro sobre o ativista, porque dois produtores detinham seu direito autoral, Dustin correu atrás de pessoas que conheceram o político (que foi assassinado quando o jovem roteirista tinha apenas 4 anos) para contar sua vida com todos os altos e baixos que a fizeram tão extraordinária.
E foi assim que o rapaz de olhos claros conquistou com seu roteiro um dos diretores mais talentosos da atualidade, Gus Van Sant, que já havia recusado contar a mesma história simplesmente porque ela não parecia a mesma história.
Com os mesmos olhos e sensibilidade, ganhou 4 prêmios por este trabalho, entre eles o Oscar de roteiro original, onde nos brindou com um dos discursos mais marcantes da noite, em que agradeceu, entre tantas pessoas, a sua mãe, por sempre tê-lo amado, mesmo quando havia pressão para não o fazê-lo. Defendeu também o casamento gay, e revelou partes de sua vida não menos extraordinária da que retratou na tela.
Loiro, bem arrumado e jovem. Lindo. 3 documentários no currículo (
Pedro, de 2008,
Something Close to Heaven e
The Journey of Jared Prince, ambos de 2000). Um Oscar na estante. Uma indicação ao BAFTA, o Oscar inglês. Roteirista do seriado
Big Love (2006). Salvador e difundidor da corajosa e ousada vida que iluminou a sua própria, Dustin agradeceu a Deus em seu discurso por ter nos dado Milk. E Harvey Milk, esteja onde estiver, deve ter dito as mesmas palavras sobre Dustin.
Aqui o vídeo de seu discurso, que mesmo sem legenda, vale a pena para ver a emoção não só de Dustin, mas também de muitos convidados:
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTenho que concordar que foi um dos discursos mais emocionantes da noite. E é muito bom ele ter sido premiado, o mundo ainda é um lugar cheio de pessoas hipócritas e arrogantes, que julgam um indivíduo não pelo que ele dá ao mundo e sim por sua opção sexual ou sua etnia.
ResponderEliminarQuando o filme estreiar aqui com certeza irei ver.
Adorei o post e o blog
lindo!
ResponderEliminareu choro todas as vezes que vejo esse vídeo.