sábado, 11 de abril de 2009

A comédia da vida privada de Verissimo

A promissora carreira de Luis Fernando Verissimo começou quando ele, sua irmã e um primo escreveram um jornal sobre as notícias da família que ficava pendurado no banheiro de casa. Ele já possuia a veia cômica que iria marcar toda a sua produção, até mesmo em seu trabalho como músico no "Renato e seu sexteto", conhecido pelo apelido de "maior sexteto do mundo", já que tinha nove integrantes.

Ele é filho do também escritor Érico Verissimo e sempre teve muitos livros em casa para se inspirar. Ainda criança, Verissimo sentiu a experiência de viver em outro país, quando seu pai foi dar aulas em Berkeley e ser diretor cultural da União Pan-americana em Washington, ambos nos Estados Unidos.

Luis Fernando quase estudou arquitetura: "Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas". Trabalhou no departamento de arte da Editora Globo, foi tradutor e redator publicitário, revisor de texto e finalmente colunista.

Suas crônicas possuem um humor inteligente e crítico, e não há quem não goste de pelo menos uma de suas histórias do cotidiano. Muitas vezes, elas beiram à loucura em situações impossíveis, mas ainda assim, os leitores sentem que aquilo é tão real quanto qualquer coisa que Luis Fernando escreva, pois do jeito que são narradas, as histórias bem que poderiam acontecer. Quem nunca recebeu, leu e se divertiu com uma crônica dele, que atire a primeira pedra.

Ele já publicou dezenas de livros desde romances, poemas e crônicas e participou da criação de quadros para o programa "Planeta dos Homens" e "Comédias da vida privada", inspirada em um de seus livros. Criou personagens memoráveis como os dois típicos machões, o detetive Ed Mort e o Analista de Bagé, gaúcho legítimo e terapeuta freudiano.

Além disso, Verissimo publica também tirinhas da Família Brasil e As cobras, “tenho um problema curioso para um desenhista. Não sei desenhar. Isto não me impede de insistir com o desenho, apesar dos conselhos de amigos, das indiretas da família e de telefonemas ameaçadores. Insisto, em primeiro lugar, por conveniência. Não digo que uma imagem valha mil palavras, mas umas 500 - o necessário para encher uma coluna de jornal - vale. Qualquer cronista diário daria a sua mão direita para poder desenhar em vez de escrever, de vez em quando, se fosse canhoto".

Tímido, não gosta, mas merece os aplausos de seu público.

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