quinta-feira, 9 de abril de 2009

O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano



Há 15 anos, o mundo chorou a morte de um dos maiores músicos que já pode ter. Kurt Cobain foi encontrado morto na estufa de sua casa, no dia 8 de abril de 1994, mas teria se matado três dias antes.

O vocalista, guitarrista e compositor do Nirvana sempre teve uma vida conturbada. O divórcio dos pais, quando ele tinha apenas 9 anos, deu a Kurt a sensação que o acompanhou pelo resto da vida, a insegurança. O menino se tornou muito tímido e no revezamento que fazia entre as casas dos pais, acabava por vezes indo morar com amigos e outros parentes, e nos momentos de maior rebeldia, passava as noites em hospitais, fingindo ser parente de algum paciente.

Kurt não ligava muito para esportes. Seu maior interesse era nas artes em geral, então era comum encontrá-lo ouvindo músicas em seu quarto e durante as aulas desenhando de cartuns a sua própria pornografia.


Mas foi aos 14 anos, quando preferiu sua primeira guitarra a uma bicicleta, que Kurt escolheu quem queria ser. Largou a escola alguns anos mais tarde, porque percebeu que não tinha notas altas o suficiente para a graduação, mas não sem antes encontrar alguém que tocasse de forma tão espontânea quanto ele. Krist Novoselic passou a ser o parceiro e grande amigo de Kurt na busca pela banda que mudou tanto de nome quanto de baterista, até finalmente chegar no Nirvana (em 1988) com Dave Grohl (em 1990).

A banda, que já tinha lançado seu primeiro disco, o Bleach (1988), se envolveu no lançamento do segundo, a obra-prima Nevermind, de 1992, considerado um dos mais influentes da história do rock, e responsável por transformar o Nirvana no fenômeno como é conhecido até hoje.
Os garotos de Seattle, que usavam cabelo comprido e camisa de flanela, deram ao rock que antes predominava como glam metal, o mesmo estilo de suas roupas: mais pesado, com um ar de sujo, alternativo, que ficou conhecido como grunge.

E o seu fundador, que cresceu ouvindo bandas como Beatles, Kiss, Melvins, Aerosmith e AC/DC, dominado pela insegurança que sempre o assombrou, não acreditava no próprio talento. Na letra de uma das músicas que se tornou hino de uma geração considerada perdida, Smells Like Teen Spirit, Kurt diz que é o pior no que faz de melhor. Mentira.




Mas assim como o vocalista de uma das bandas que admirava, Kurt conheceu sua Yoko Ono, Courtney Love, vocalista da banda Hole, em 1991, e ele se dizia tão apaixonado que só não largava a banda porque tinha um contrato.

Então, apenas um ano após se conhecerem, Courtney descobriu que estava grávida, e a fim de dar a filha a estabilidade que não pode ter quando criança, Kurt e Courtney resolveram se casar, e no final de 1992, nasceu Frances Bean Cobain.


Apaixonado pela filha, Kurt disse que segurá-la era a droga mais potente que existia. Infelizmente só essa “droga” não bastou para ele. Nos últimos anos de sua vida, Kurt se tornou excessivamente dependente de heroína e se aproximou da morte várias vezes, sempre deixando uma carta de despedida, e escapando dela por muito pouco.


Mas em 5 de abril de 1994, não houve salvação. Kurt havia sumido após sair de uma clínica em Los Angeles, e foi encontrado na mansão Cobain, 3 dias depois, por um eletricista que tinha ido instalar um novo sistema de segurança.



“Melhor queimar de uma vez do que ir queimando aos poucos”, diz Kurt em uma das últimas frases de sua carta de suicídio, deixada para o amigo imaginário que tinha na infância, Boddah. Mas para os fãs e para todo o mundo da música e do rock ‘n roll, Kurt Cobain é uma fogueira que continua a nos confortar e não vai apagar nunca.

1 comentário:

  1. Ótima seleção de fotos e fatos sobre a carreira de Kurt; texto muito bem escrito, de uma maneira que não cansa o leitor, ao contrário, instiga-o a terminar de ler a matéria. Continue assim!

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